Análise genotípica, fenotípica e correlação com o potencial de virulência de amostras de Streptococcus agalactiae isoladas de pacientes oncológicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Sanches, Glenda de Figueiredo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Microbiologia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14339
Resumo: Apesar do elevado índice de infecções por Streptococcus agalactiae ou estreptococos do grupo B (EGB) serem reportados em neonatos, este patógeno está sendo correlacionado como responsável por causar diversos tipos de infecções em pacientes imunocomprometidos, incluindo pacientes com câncer. De nosso conhecimento, este é o primeiro trabalho que estuda a correlação genotípica-fenotípica em amostras de <i>S. agalactiae</i> isoladas de pacientes com câncer tratados no Instituto Nacional do Câncer (INCA, Rio de Janeiro, Brasil) durante o período de 2013-2015. Amostras de <i>S. agalactiae</i> (n=55) foram identificadas por análises bioquímicas e avaliadas quanto ao tipo capsular, susceptibilidade aos antimicrobianos, fatores de virulência e produção de biofilme. A técnica de PCR multiplex detectou os seguintes tipos capsulares (TC): Ia (44%), seguido pelos TCs V (24%), II (15%), III (11%), IV (4%), VI (2%) e VII (2%). Amostras de <i>S. agalactiae</i> foram isoladas de diferentes sítios clínicos como urina (67%) e sangue (14%). O teste de susceptibilidade aos antimicrobianos revelou resistência para tetraciclina (80%), azitromicina (9%), eritromicina (9%) e clindamicina (5,5%). Todas as amostras foram susceptíveis à penicilina, ceftriaxona, levofloxacina, cloranfenicol, linezolida e vancomicina. Somente a amostra GBS1428 foi classificada como ST-17, hiperemolítica e hiperpigmentada. Para os fatores de virulência, oito genes foram confirmados: fbsB(100%), hylB (100%), iag (94,5%), fbsA (91%), lmb (91%), pi-1 (65,5%), pi-2a (40%), pi-2b (18,2%). Todas as amostras de <i>S. agalactiae</i> foram classificadas como fracas produtoras de biofilme, independente da condição testada. Contudo, a produção biofilme foi significativamente menor para as amostras pertencentes ao TC III/ST-17. GBS90356∆pi-2b mostrou fenótipo hiperemolítico e hiperpigmentado com elevada aderência e invasão em hCMEC; enquanto GBS1428∆pi-2b relevou menor aderência. Neste estudo, os dados mostraram que a inativação de cas9 promoveu a redução da aderência em hCMEC para GBS1428∆cas9 e sobrevivência intracelular para GBS1428∆cas9 e GBS90356∆cas9. Além disso, uma diminuição na capacidade adesiva foi também observada para COH1∆cas9 e GBS1428∆cas9 em hVEC. A deleção de bspC na amostra GBS90356 reduziu o potencial de aderência e invasão em hCMEC. Concluindo, este é o primeiro trabalho reportado com <i>S. agalactiae</i> isolado de pacientes com câncer mostrando alta diversidade no tipo capsular, resistência aos antimicrobianos, genes de virulência e produção de biofilme. Os resultados demonstraram que cas9 e bspC desempenham importante papel na patogênese de <i>S. agalactiae</i>. Contudo, como o sistema CRISPR/cas9 e bspC atuam, requerem estudos futuros. Desvendar estes mecanismos certamente proporcionará uma visão mais profunda da virulência de <i>S. agalactiae</i>.