Entre a pena e a câmera: o silêncio das Capitus de Machado de Assis e Luiz Fernando Carvalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Oliveira, Daniella Moreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Formação de Professores
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20421
Resumo: Esta pesquisa desenvolvida no Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Letras e Linguística (PPLIN), área de concentração Estudos Literários, discorre sobre o processo de transposição midiática do romance Dom Casmurro (ASSIS, 1899) para a minissérie televisiva Capitu (CARVALHO, 2008). A pesquisa tem como principal objetivo investigar de que forma o silêncio da personagem — não como indicador de fragilidade, submissão e apagamento, mas sim como produção enviesada de presença e como força discursiva da personagem —, é transposto do texto machadiano para a tela de Carvalho. Para isso, propomos a análise do processo de migração de cenas da minissérie em diálogo com trechos do texto literário tendo como base teórica e crítica os estudos de Claus Clüver (2012) acerca das Intermidialidades, com ênfase em sua perspectiva literária, ou seja, a transposição midiática, conforme Irina Rajewsky (2012). No capítulo 1, reunimos algumas associações comumente feitas à figura de Capitu, além de observarmos o lugar que ocupa aquele que lhe narra; além disso, inscrevemos o silêncio da personagem dentro do projeto literário de Machado de Assis, bem como do projeto fílmico de Luiz Fernando Carvalho, ressaltando a função crítica que ambas exercem na sociedade. No capítulo 2, aprofundamos os conceitos inerentes à transposição midiática, buscando compreender o espaço que o silêncio de Capitu ocupa na obra machadiana e como ele é transposto para a tela. Por fim, no capítulo 3, fazemos uma breve incursão nos meandros da memória a fim de compreender de que forma esse elemento influencia na constituição da personagem que Bento nos apresenta. Assim, procuramos demonstrar que a relação entre a narrativa literária e a narrativa fílmica pode ser benéfica para ambas as mídias desde que se abandone a ideia de hierarquia entre elas (RIBAS, 2018), considerando, principalmente, como as diferentes materialidades midiáticas (GUMBRECHT, 2010) contribuem para a nossa compreensão do lugar que Capitu ocupa nas duas obras. Dessa forma, esperamos oferecer uma alternativa de leitura para o silêncio de Capitu (ORLANDI, 2007), tanto no livro, quanto na tela, inscrevendo-o no projeto machadiano a partir de reflexões sobre a formação cultural do Brasil (SANTIAGO, 2000) no que se refere à construção discursiva.