O ensino médico privado- expansão e tendências na Índia e no Brasil.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Fehn, Licelma Amanda Cavada
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4504
Resumo: Introdução: As escolas médicas privadas na Índia e no Brasil estão se expandindo rapidamente. No entanto, são poucas as evidências sobre como esses países abriram os seus mercados educacionais para o setor privado e como a expansão das escolas médicas privadas impactam no planejamento da Força de Trabalho em Saúde e quais as tendências nos sistemas de saúde no contexto de implementação da Cobertura Universal da Saúde. Objetivos: Descrever e analisar o crescimento das escolas médicas privadas na Índia e no Brasil, destacando a dinâmica, as tendências e os desafios do mercado educacional nesses países. Métodos: Estudo bibliográfico qualitativo, empírico e transversal, de carácter descritivo exploratório, baseado em dados secundários. Esta pesquisa elegeu como cenário dois países do Bloco BRICS, a Índia e o Brasil. As escolas médicas privadas foram o elemento central de análise. Este estudo considerou como instituições privadas aquelas administradas por pessoas de direito privado, físicas ou jurídicas, com ou sem intenção de lucro. Diversas estratégias metodológicas foram empregadas, entre as quais uma revisão da bibliografia para identificação do estado da arte sobre a participação do setor privado na saúde e na educação, em especial na formação médica. O método do Scoping Review também foi empregado na identificação de evidências, definições e lacunas na literatura. Por fim, foi realizado o levantamento de dados secundários em sites oficiais da Índia e do Brasil. O período do estudo foi de 2000 a 2018 e toda a busca por material foi realizada em inglês, português e espanhol. Resultados: O estudo propõe um modelo teórico de análise da dinâmica do mercado de trabalho em saúde, no qual um conjunto de variáveis de análise são apresentadas e analisadas de acordo com os achados do Scoping Review. Em ambos os países, as escolas médicas privadas representam atualmente mais da metade de todas as escolas médicas e estudantes matriculados: 51% e 44%, respectivamente na Índia e 64% e 71%, respectivamente no Brasil. Em geral, estão concentradas em áreas com melhores indicadores de saúde e maior renda; há preocupações sobre a qualidade e o sistema regulatório, considerado burocrático e ineficiente. Conclusões: A tendência de crescimento do número de escolas médicas e vagas não parece estar ligada às estratégias para resolver o problema da crescente demanda por uma força de trabalho de saúde suficiente, especialmente com relação à escassez de médicos. A Índia e o Brasil parecem exemplificar esse problema. Embora os sistemas de saúde em muitos países em desenvolvimento precisem de mais médicos e de outros profissionais de saúde, esse aumento precisaria estar vinculado ao modelo de desenvolvimento do sistema de saúde. O estudo ainda evidencia que o aumento das escolas privadas não se coaduna com as propostas de sistemas com cobertura e acesso universal em saúde, e ainda pode potencializar as iniquidades existentes se mecanismos regulatórios eficientes e transparentes não forem desenvolvidos.