A formação do estilo de pensamento conservador na graduação médica

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Silva, Rubens Cavalcanti Freire da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18180
Resumo: As Diretrizes Curriculares do Curso de Graduação em Medicina direcionam a formação de médicos no Brasil para serem profissionais que garantam o acesso universal, sem preconceitos e equânime a uma saúde integral, qualificada e segura. Porém há diversas evidências de que parcela dos profissionais brasileiros reproduzem discursos negacionistas e exercem a medicina a partir de valores moralistas relacionados a questões de gênero, sexualidade e direitos sexuais e reprodutivos. Esses valores representam a característica fundamental do pensamento conservador. Além disso, a pós-verdade, marcada pelo negacionismo científico, é uma das estratégias de poder do movimento conservador. Esta pesquisa de tese objetivou investigar como se desenvolve o estilo de pensamento conservador durante a graduação médica. Para i sso, foi realizado um estudo de natureza qualitativa. A pesquisa teve como campo duas escolas médicas de universidades públicas do nordeste brasileiro e utilizou três técnicas de coleta de dados: análise documental, grupo focal e entrevista em profundidade. Os dados obtidos foram analisados pelo método de análise temática de conteúdo. A pesquisa demonstrou que, ao menos nas duas escolas participantes, a graduação médica aparenta não ser responsável pelo desenvolvimento do estilo de pensamento conservador. Ao contrário, os estudantes percebem que desenvolvem perspectivas opostas ao conservadorismo. Ou seja, perspectivas que validam os direitos sexuais e reprodutivos, respeitam as diversas expressões de sexualidade e valorizam as evidências, em contraponto ao negacionismo científico. A pesquisa identificou algumas possibilidades de explicação para esses resultados. São elas: formação pelo paradigma da Medicina Baseada em Evidências atrelada à Medicina Centrada na Pessoa; desenvolvimento da empatia ao longo do curso; perfil socioeconômico do estudante de medicina de universidades públicas; método pedagógico e existência de professores modelos. É fundamental realizar novos estudos sobre o tema, a partir de outros recortes sobre o conservadorismo e em universidades com características diferentes às das escolas médicas estudadas.