A inserção da oftalmologia em escolas médicas brasileiras com currículos disciplinares e não disciplinares

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2005
Autor(a) principal: Pachá, Patricia Maciel [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.unifesp.br/handle/11600/20580
Resumo: O modelo biomédico prevalente no ensino médico sofre sérios questionamentos a partir da metade do século XX, havendo uma transição paradigmática rumo ao atual, de atenção integral do indivíduo. Estas mudanças, que ocorreram em todo o mundo, tiveram reflexos tardios no Brasil, e somente na década de oitenta surgiram movimentos propondo uma reflexão mais profunda sobre a formação médica, no sentido de reduzir as falhas do ensino e qualificar o profissional para a nova realidade que se apresentava. O perfil contemporâneo de formação, preconizado pelas Diretrizes Curriculares Nacionais, é de um profissional capacitado em todas as dimensões da competência profissional, avançando para além das cognitivas e técnicas e incorporando as dimensões afetivas, relacionais, dentre outras. Hoje precisamos de um profissional humanizado e multicompetente, capaz de trabalhar em equipe e ciente de seu papel transformador da sociedade.Neste contexto situa-se essa pesquisa, voltada para a necessidade de estudar o ensino atual de uma especialidade médica – a oftalmologia – para compreender de que forma a inserção do ensino de uma especialidade (em geral isolada no currículo médico) ocorre, frente à necessidade da formação geral do médico. O objetivo deste trabalho é analisar a inserção da oftalmologia em cursos de medicina com currículo disciplinar e não-disiciplinar, a partir de análise documental e de entrevistas realizadas com coordenadores de graduação e com docentes responsáveis pela oftalmologia. Foram estudadas oito escolas de medicina, localizadas no Estado do Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná. As entrevistas foram analisadas para apreender as concepções dos sujeitos sobre o ensino, identificando suas características principais. Todos os entrevistados, tanto coordenadores de curso como docentes da especialidade, consideraram que os cursos médicos devem formar um profissional com um perfil geral, em conformidade com as Diretrizes Curriculares Nacionais para os Cursos de Graduação em Medicina, sendo este o contexto no qual a oftalmologia deve ser inserida. Em que pese a oftalmologia, tanto como serviço hospitalar quanto componente curricular, ser relacionada dentre as especialidades cirúrgicas, foi possível depreender que o ensino da mesma no âmbito da formação geral do médico deve considerar essencialmente seus aspectos clínicos. Uma possibilidade de integração da oftalmologia diz respeito à “pulverização” dos conteúdos longitudinalmente no currículo, guardando relação com competências profissionais desenvolvidas por grandes áreas da medicina (clínica, pediatria e medicina comunitária, dentre outras). Os resultados demonstraram a necessidade de reavaliação do espaço da oftalmologia dentro do currículo médico, no sentido de adequar o ensino da especialidade à formação geral do médico. O trabalho finaliza propondo princípios norteadores para a inserção da oftalmologia na graduação médica, numa perspectiva de integração e de atenção integral à saúde.