Entre as perdas e a angústia: o real da clínica oncológica com crianças e adolescentes
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicanálise |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17658 |
Resumo: | A presente dissertação é fruto dos questionamentos advindos da prática analítica com crianças e adolescentes em tratamento oncológico. Diante do acompanhamento de cada caso, foi possível perceber uma relação que eventualmente se manifesta: a relação entre o câncer, as perdas no corpo causadas pelo adoecimento e seu tratamento, e a possibilidade do aparecimento da angústia. As sucessivas perdas colocam os sujeitos diante do impossível, daquilo que não se consegue descrever, porém, para além de toda a devastação, as crianças e adolescentes conseguem criar saídas para lidar com as perdas, para se reinventar. Diante disso, com o intuito de compreender o que está em jogo nas perdas corporais e o que possibilitou às crianças e adolescentes a criação de tais saídas, a presente pesquisa partiu do aprofundamento teórico da relação entre corpo, perda e angústia, através das obras de Freud, do ensino de Lacan e seus comentadores. Foi realizado, então, um caminho teórico que se iniciou na constituição do eu e do corpo, com o intuito de demonstrar que uma perda no corpo é também uma perda de ancoragem psíquica, chegando então àquilo que se presentifica diante da perda que abala a imagem corporal: o objeto a. A partir do objeto a articulou-se teoricamente a perda com a possibilidade de manifestação da angústia, e, a partir da análise de quatro fragmentos de casos acompanhados pela pesquisadora, foi possível relacioná-los ao luto, que surgiu como um processo fundamental na clínica oncológica. Foi o trabalho de luto que tornou possível às crianças e adolescentes o atravessamento das perdas potencialmente angustiantes e a continuidade em um caminho desejante. Na trajetória da pesquisa, ao nos debruçarmos sobre o que o câncer escancara de real, entramos no real da clínica e em seus efeitos sobre o analista, e, diante disso, em algo que permitiu a aposta nos sujeitos e a sustentação de um trabalho diante do real que se impõe: o desejo do analista. |