(Ir)regularidades Afetivas no Governo do Refúgio: mulheres trans e lésbicas migrantes e refugiadas venezuelanas acompanhadas pela LGBT+Movimento
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social Hesio Cordeiro Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23475 |
Resumo: | Ao tomar diferentes dimensões dos afetos como lentes analíticas para o governo do refúgio, o objetivo da tese é investigar um conjunto de regularidades e irregularidades afetivas nos (des)encontros entre mulheres trans e lésbicas migrantes e refugiadas venezuelanas com agentes e instituições que compõem esse governo. A abordagem metodológica adotada foi a construção de uma etnografia, que parte da dupla atuação da autora como pesquisadora e gestora na organização LGBT+ Movimento. Neste sentido, a pesquisa foca na experiência de algumas mulheres trans e lésbicas acompanhadas pela organização entre 2020 e 2022. O texto está dividido em três capítulos. O primeiro aborda o processo de institucionalização do LGBT+ Movimento e analisa as dimensões micropolíticas das emoções, especialmente aquelas relacionadas à humilhação e à raiva, a partir dos conflitos disparados por duas mulheres trans atendidas. Argumento que as regularidades afetivas sentidas pelas interlocutoras se conectam a algumas tradições administrativas historicamente presentes nos programas voltados a migrantes e refugiados no Brasil .O segundo capítulo toma como ponto de partida as medidas que restringiram a entrada de migrantes e refugiados no Brasil durante a pandemia de Covid-19, bem como o debate público que se organizou em torno dessas medidas, a fim de identificar um conjunto de (ir)regularidades afetivas nas “impossibilidade de ficar” vividas por cinco mulheres lésbicas venezuelanas. Este capítulo também explora a dimensão mais relacional dos afetos, evidenciando como estes se materializam nas relacionalidades construídas entre um grupo de mulheres lésbicas que lidam com uma tragédia. O terceiro capítulo foca nas dimensões materiais dos afetos a partir dos documentos e dos corpos de mulheres trans e travestis venezuelanas. O processo de documentação para inclusão do nome social revela como o fazer e desfazer das cidadanias nacionais e sexuais ocorrem em meio a deslocamentos afetivos que vão da esperança à desilusão. Por fim, demonstra como as regularidades afetivas, especialmente aquelas associadas a afetos hostis, também são responsáveis por constituir a materialidade dos corpos de mulheres trans venezuelanas. A partir disso, a tese busca evidenciar e defender o papel central dos afetos para a análise do governo do refúgio, além de trazer novos insights sobre as regularidades e irregularidades afetivas que permeiam este campo. |