Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Chacar, Fernanda Chicharo |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/10/10136/tde-09042020-092542/
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Resumo: |
A doença renal crônica (DRC) é uma afecção prevalente em cães, de caráter irreversível e de natureza progressiva. Ferramentas terapêuticas que possam retardar a progressão desta enfermidade têm sido objeto de pesquisas; dentre as novas modalidades de tratamento sob investigação, está a terapia celular. Estudos em modelos pré-clinicos de DRC demonstraram que as células-tronco mesenquimais (CTMs) exercem efeito prorregenerativo, associado à liberação de fatores antifibróticos e vasculotróficos. Diante destes resultados promissores, aventa-se a aplicabilidade das CTMs como recurso terapêutico na DRC de ocorrência natural em cães. Os distúrbios do metabolismo mineral, frequentemente associados à esta condição, constituem importantes fatores de progressão e implicam no aumento da mortalidade; recursos terapêuticos que possam retardar a DRC e, por conseguinte, o desenvolvimento destes distúrbios são de grande relevância clínica. Desta forma, a hipótese do presente estudo é que a terapia com CTMs possa atenuar o desenvolvimento dos distúrbios do metabolismo mineral em cães doentes renais crônicos, e o objetivo é avaliar os efeitos da terapia celular sobre o metabolismo mineral na doença renal crônica, nestes animais. Para tanto, foram selecionados 28 cães, nos estágios 2 (grupo A) e 3 (grupo B) da DRC (IRIS), provenientes da rotina de atendimento do Serviço de Clínica Médica do Hospital Veterinário da FMVZ/USP (HOVET/USP). Os animais foram, então, divididos em subgrupos, conforme o tratamento com solução fisiológica (A SF, n= 6; ou B SF, n= 7) ou células-tronco-mesenquimais (A CTM, n= 6; ou B CTM, n= 9), e acompanhados clinicamente por um ano, ou até o óbito. Não houve diferença entre os tratamentos para as variáveis do metabolismo mineral; entretanto, a tendência de incremento nas médias das mensurações séricas de 1,25(OH)2D3 e 25(OH)D3 nos grupos A CTM e B CTM, em comparação ao placebo, foi observada. O delta dos valores de 25(OH)D3 apresentou diferença significativa (p<0,05) entre os subgrupos A CTM e A SF, de modo que o grupo que recebeu a terapia celular apresentou maiores concentrações deste metabólito. Quanto às variáveis PTH, cálcio iônico, cálcio total, fração de excreção urinária de cálcio, FGF-23, fósforo sérico e fração de excreção urinária de fósforo, não houve diferença entre os tratamentos com solução fisiológica ou células-tronco mesenquimais, nos grupos A e B. O delta dos valores de uréia e fósforo sérico tenderam a ser menores no subgrupo A CTM, em comparação ao placebo. À análise de sobrevida, não houve diferença entre os tratamentos com terapia celular ou placebo, tanto para o grupo A, quanto para o B. Independentemente do tratamento, a proporção de sobrevida tendeu a ser menor naqueles cães doentes renais crônicos que apresentaram as determinações séricas de 1,25(OH) 2D3 <35 pg/mL. No atinente ao PTH, os cães que obtiveram valores <8,0 pmol/L apresentaram proporções de sobrevida significativamente menores, em comparação aos demais, independente do tratamento recebido (p< 0,0001). A partir dos resultados obtidos no presente estudo, não é possível concluir acerca dos efeitos da terapia celular sobre o metabolismo mineral na doença renal crônica em cães, nos estágios 2 e 3; por ora, sugere-se que o tratamento com células-tronco mesenquimais possa trazer maiores benefícios para aqueles cães em estágios iniciais da DRC. |