Associação entre o índice de pressão tornozelo-braço e as alterações do metabolismo mineral e microinflamação em hemodiálise

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Miguel, Jair Baptista
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/33229
Resumo: Introdução: Valores reduzidos do índice de pressão tornozelo-braço (IPTB) têm-se mostrado um previsor de doenças cardiovasculares e de mortalidade nos pacientes com doença renal crônica. Objetivo: Avaliar a hipótese de que as alterações no IPTB estariam associadas aos distúrbios do metabolismo mineral, microinflamação e com a presença de doença aterosclerótica difusa nos pacientes em hemodiálise. Métodos: Análise transversal para avaliar a relação entre o IPTB e os dados demográficos, clínicos e laboratoriais, incluindo medida da proteína C reativa de alta sensibilidade (PCR) à época da medida do IPTB. Análise retrospectiva para avaliar se a exposição prévia às alterações no metabolismo mineral poderia influenciar o IPTB. Para isso, foi analisada a associação entre IPTB e a média dos valores de cálcio, fósforo e paratormônio (PTH-i) ao longo do tratamento dialítico. As medidas da pressão sistólica no tornozelo e no braço para definir o IPTB foram realizadas antes da hemodiálise através de doppler portátil e manômetro com coluna de mercúrio. Resultados: Foram analisados 478 pacientes em regime regular de hemodiálise (3 vezes por semana) há pelo menos 1 ano: 56% homens, 17% diabéticos, mediana da idade e do tempo em diálise de 54 (18 a 75) anos e 59 (12 a 427) meses, respectivamente. Os pacientes foram divididos em tercis conforme o valor do IPTB (1° tercil IPTB <0,97, 2° tercil IPTB entre 0,97 e 1,1 e 3° tercil IPTB >1,1). Os pacientes com IPTB mais baixo eram mais idosos, com maior prevalência de diabetes, coronariopatia, doença cerebrovascular e doença arterial periférica. Não houve diferença na freqüência de hipertensão nem no tempo em diálise entre os tercis. Os níveis de PCR foram mais altos nos pacientes do 1° tercil. A média do cálcio foi semelhante nos 3 tercis, mas a de fósforo foi mais elevada no 3° tercil, enquanto a do paratormônio (PTH-i) foi mais baixa nos pacientes do 1° tercil. No modelo de regressão logística, apenas a idade, presença de diabetes melito e PCR elevada se associaram com IPTB no tercil mais baixo, enquanto que níveis mais baixos do PTH-i mostraram apenas tendência a essa associação. Conclusões: Pacientes em hemodiálise com IPTB <0,97 eram mais idosos, com maior prevalência de diabetes melito e complicações cardiovasculares. Hipertensão e tempo em diálise não se associaram com maior risco de ter IPTB baixo. Os pacientes com IPTB mais baixo também tinham PCR mais elevada. Não houve correlação entre exposição cumulativa a níveis séricos elevados de cálcio e fósforo e o IPTB.