Aspectos celulares, moleculares e ultraestruturais da interação de Escherichia coli enteroagregativa com células não intestinais e intestinais humanas in vitro e epitélio intestinal de coelhos ex vivo
Ano de defesa: | 2013 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas BR UERJ Programa de Pós-Graduação em Microbiologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/14460 |
Resumo: | Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um patotipo emergente associado a casos de diarreia aguda ou persistente em crianças e adultos de países desenvolvidos e em desenvolvimento. É causador da diarreia persistente em pacientes HIV positivos e a segunda causa mais comum de diarreia dos viajantes. Seu padrão de aderência agregativo (AA) caracterizado pelo arranjo em tijolos empilhados em monocamada de células HEp-2 (carcinoma de laringe humana), está relacionado com a presença de um plasmídeo de aderência agregativa (pAA) de 60 MDa. A hipotética patogenia é representada pela heterogeneidade da categoria que abrange diversos fatores putativos de virulência envolvidos nos processos de colonização, adesão celular e citotoxicidade. O presente estudo teve como objetivos investigar a habilidade de produção do padrão AA pelas cepas EAEC nas linhagens HEp-2, Caco-2 (adenocarcinoma colo-retal humano) e T84 (carcinoma de cólon intestinal humano), a correlação entre AA e pAA em cada linhagem e analisar a interação de cepas EAEC utilizando modelo de cultura de órgão in vitro (IVOC). Para os dois primeiros objetivos foram utilizadas dezessete cepas EAEC, sendo 10 provenientes de crianças com diarreia aguda e sete de crianças sem diarreia. Para o último foram empregadas cinco cepas EAEC de crianças com diarreia aguda. Os ensaios de aderência foram realizados com as cepas co-incubadas com as linhagens celulares em estudo por um período de 3 e 6 horas. Entre as 17 cepas EAEC 29,4%, 41,1% e 82,3% apresentaram AA em 3 horas nas linhagens celulares HEp-2, Caco-2 e T84, respectivamente. Em 6 horas, 52,9% exibiram AA em HEp-2 e Caco-2 e 100% exibiram AA em T84. Como a linhagem T84 apresenta características fenotípicas das células do cólon e Caco-2 das células do intestino delgado, nossos resultados sugerem que EAEC pode apresentar maior tropismo pelo cólon humano. Para a pesquisa do pAA foi realizado uma reação em cadeia de polimerase (PCR). Observamos que 29,4%, 41,1% e 52,9% das cepas pAA+ apresentaram padrão AA em HEp-2, Caco-2 e T84, simultaneamente, nos testes de 3 horas. Em 6 horas, 47%, 52,9% e 70,5% das cepas pAA+ exibiram padrão AA em HEp-2, Caco-2 e T84, respectivamente. Os ensaios de aderência em tecido cultivado in vitro foram realizados com as cepas co-incubadas com fragmentos intestinais de íleo e cólon por um período de 6 horas. A microscopia de luz (ML) duas cepas foram mais aderentes ao cólon, uma ao íleo e duas a ambos. A microscopia eletrônica de varredura (MEV) três cepas foram mais aderentes ao cólon, uma ao íleo e outra a ambos. A ML e MEV foram observados agregados bacterianos sobre o epitélio ou sobreposto ao muco. A ML ainda foi observada alterações morfológicas como extrusão celular, desorganização estrutural e destruição das vilosidades. Os resultados evidenciaram que a linhagem T84 mostrou ser mais suscetível a formação do padrão agregativo, bem como à aderência de cepas AA/pAA+, o que foi ratificado pelo maior grau de aderência a mucosa colônica no IVOC. Nossos dados indicam que estes modelos são mais eficazes para a elucidação da patogenicidade dessas cepas. |