Análise do perfil de virulência e epidemiologia molecular de Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) isoladas de casos esporádicos de diarreia no Brasil: um estudo retrospectivo de 2010 a 2016

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Dias, Regiane Chrysostomo Bitencort
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual Paulista (Unesp)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://hdl.handle.net/11449/192296
Resumo: A Escherichia coli enteroagregativa (EAEC) é um importante agente causador de diarreia aguda e persistente em crianças e adultos em todo o mundo. EAEC é definida como isolados de E. coli que produzem o padrão de aderência agregativa (AA) em células epiteliais (HeLa e/ou HEp-2) cultivadas in vitro. O patotipo EAEC pode ser dividido em típico e atípico com base na presença do gene aggR, que codifica um ativador transcricional, presente apenas no primeiro grupo. O objetivo deste estudo foi caracterizar uma coleção de isolados de EAEC obtidos de pacientes com diarreia durante um período de 7 anos de vigilância epidemiológica (2010-2016). Um total de 220 isolados de EAEC (194 típicas e 26 atípicas) foi classificado nos distintos grupos filogenéticos de E. coli, e caracterizados quanto aos sorotipos (O:H), padrão de aderência produzidos em células HeLa, sensibilidade aos antimicrobianos, e a presença de 25 genes responsáveis por codificarem fatores de virulência no patotipo EAEC. A maioria dos isolados de EAEC foi classificada nos grupos filogenéticos A (44,1%; 97/220) e B1 (21,4%; 47/220). Em relação ao padrão de aderência, observamos que 92,7% (204/220) produziram o padrão AA. Além disso, foram identificados nove isolados (4,1%; 9/220) que produziram a aderência em cadeia (CLA), dos quais seis produziram concomitantemente o padrão AA, além de isolados de EAEC que produzem um padrão de aderência indefinido (1,4%; 3/220) e isolados não aderentes (3,6%; 8/220). Foi identificado somente 0,9% (2/220) de multirresistência entre os isolados de EAEC. Os genes responsáveis por codificar a subunidade principal das cinco fimbrias de adesão agregativa (AAF) foram detectados em 55,7% (108/194) dos isolados de EAEC típica estudados, sendo os genes agg4A e agg5A os mais prevalentes, e igualmente detectados em 16,5% (32/194). Entre os 25 genes que codificam fatores de virulência investigados, aap (95,5%; 210/220), aar (81,8%; 180/220), orf3 (89,5%; 197/220) e pic (57,7%; 127/220) foram os mais frequentes, enquanto doze genes (agg4A, agg5A, pic, aaiA, aaiC, aaiG, aap, orf3, aar, air, capU e shf) foram estatisticamente associados ao subgrupo das EAEC típicas (P<0,05). Os genes afpB, afpD, afpP e afpA2, localizados no operon afp (aggregate-forming pili), bem como seu regulador afpR, foram detectados em 57,7% (15/26) dos isolados de EAEC atípica, mostrando uma associação significativa com esse subgrupo de EAEC (P<0,001). Em conclusão, nosso estudo demonstrou que apesar da heterogeneidade encontrada entre os isolados de EAEC estudados, os genes localizados no operon afp foram estatisticamente associados aos isolados de EAEC atípica, apontando esse conjunto de genes como possíveis novos marcadores de diagnóstico para aumentar a eficiência na identificação desse subgrupo de EAEC.