Vidas maternas perdidas: o perfil da mortalidade materna pela Covid-19 no município do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Oliveira, Andreza Cristina Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Enfermagem
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18989
Resumo: O presente estudo teve como objetivo geral analisar o perfil das mortes maternas em decorrência da Covid-19 no município do Rio de Janeiro nos primeiros 16 meses da pandemia. Como objetivos específicos categorizar as variáveis dos sistemas de informação de mortalidade materna, descrever o perfil sociodemográfico, clínico e epidemiológico dos casos de mortalidade materna, discutindo também o perfil de mortalidade materna por Covid-19 balizada à razão de mortalidade materna na cidade do Rio de Janeiro. Através da avaliação dos dados colhidos do SIM, resumos de investigação do óbito materno e do SISMAT, que foram fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde, em conjunto com dados públicos disponíveis pelo Ministério da Saúde, foram feitas análises de porcentagem com o uso de tabelas dinâmicas do programa de Excel. Nos resultados obtidos se viu que dos 122 casos examinados, 91 atenderam aos critérios de inclusão, destes, 86 foram mortes maternas e 05 mortes maternas tardias. A faixa etária mais acometida foi de 30 a 34 anos, mais da metade das mulheres (53,3%) pertenciam à raça negra, e quase a metade (47,3%) tinha o ensino médio. Identificou-se que 68,1% do total da população conviviam com esposos e companheiros, 53,8% tinham ocupação remunerada e, devido à incompletude dos dados, em grande parte não foi possível identificar nem a renda familiar, nem se era residente de comunidade. Ao menos 59,3% residiam na zona oeste da cidade, 35,2% havia o relato de 7 ou mais consultas de pré-natal, sendo a maior parte dos atendimentos, tanto no pré-natal quanto na assistência hospitalar, realizada em locais públicos, 55% das mulheres estavam entre 28 e 36 semanas, 81,3% evoluíram para parto, sendo a grande maioria cesariana. Dos RN que nasceram vivos, 1/3 sobreviveram e tiveram alta hospitalar. A obesidade, diabetes mellitus e hipertensão arterial foram as principais comorbidades encontradas em 1/3 da população estudada, onde a maioria foi admitida no CTI e recebeu intubação orotraqueal. Embora a maioria tenha sido infectada na gestação, a maior parte delas faleceu no puerpério. Em relação à RMM, os índices encontrados foram maiores que os da população brasileira, aparentemente, e maior que os apresentados nas duas últimas décadas na cidade. Diante de todo o exposto se conclui que a pandemia teve um impacto maior para gestantes e puérperas do que para a população em geral, evidenciando ainda mais as iniquidades enfrentadas por este grupo.