Biodiversidade e vulnerabilidade de ascidiacea no litoral do Rio de Janeiro frente aos cenários de introdução de espécies e mudanças climáticas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Barboza, Danielle Fernandes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Tecnologia e Ciências::Faculdade de Oceanografia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Oceanografia
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20647
Resumo: Ascídias são cordados sésseis que compõem um dos principais grupos de animais bentônicos incrustantes nos ecossistemas marinhos. Conhecer sua diversidade é um importante modo de avaliar impactos e sua distribuição espacial e temporal. Por meio de dados disponíveis na literatura e de três coleções zoológicas (UFPR, MNUFRJ, UERJ), foi consolidada uma lista de espécies de ascídias registradas no litoral do Rio de Janeiro (RJ) nos últimos 25 anos (1998-2023). Foram reportadas 62 espécies, distribuídas em 13 famílias e 32 gêneros, na região entre Rio das Ostras e Paraty. A região com a maior riqueza de espécies de ascídias é a Costa Verde, seguida pela Costa Azul. Foram classificadas 26 espécies criptogênicas, 25 exóticas e 11 nativas. Entre 2009 e 2019, dois novos registros das ascídias solitárias introduzidas, Ciona robusta e Rhodosoma turcicum, foram adicionados ao sudoeste do Oceano Atlântico, de Cabo Frio à Baía da Ilha Grande (BIG), Brasil. Ambas as espécies ocorreram em substratos naturais e artificiais, em habitats protegidos de predadores, e regiões próximas a portos ou outras atividades marítimas. A distribuição de Ciona robusta foi relacionada com a temperatura da água, sendo influenciada pela intensidade de ressurgência e temperaturas abaixo de 25°C, enquanto R. turcicum não foi sensível à variação de temperatura da água registrada no período. O RJ tem um histórico de intenso tráfego de embarcações ao longo de sua costa, além de diversas instalações como portos, marinas, estaleiros e fazendas marinhas, o que favorece a introdução e dispersão de espécies de invertebrados marinhos. A análise da movimentação portuária do Terminal Aquaviário de Angra dos Reis (TAAR) e do Porto de Itaguaí, localizados na BIG e Baia de Sepetiba (BS) respectivamente, entre 2010-2020, apontou que o principal tipo de navegação no TAAR foi de cabotagem e no Porto de Itaguaí foi de longo curso. Os portos/terminais brasileiros apresentaram similaridade ambiental muito alta com a BIG e BS assim como o Porto de Busan (Coréia do Sul) e Singapura. Já os portos chineses apresentaram similaridade considerada alta. As espécies Pyura vittata, Botryllus schlosseri, Perophora viridis, Didemnum candidum, Perophora multiclathrata, Herdmania momus, Botrylloides violaceus, e Symplegma viride são as de maior preocupação quanto ao risco de introdução no litoral do RJ. Estas espécies possuem histórico de introdução em outras regiões, já foram registradas próximas aos principais portos/terminais com maior número de visitas ao TAAR e ao Porto de Itaguaí e, por suas tolerâncias fisiológicas em relação à temperatura e salinidade, apresentam características favoráveis ao possível estabelecimento na área estudada. Portanto, é necessário ampliar os esforços no conhecimento da fisiologia das espécies e as suas interações com o ambiente para entender a história da distribuição desses animais no RJ e no Brasil, bem como monitorar as introduções e seus possíveis efeitos nas comunidades bentônicas.