Espelho, espelho meu: um retrato da identidade nacional e pertencimento nos quadrinhos da Marvel Comics

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Melo, Gabriel Braga Ferreira de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/6859
Resumo: Os heróis das histórias em quadrinhos estão alçando novos voos. Cinema e séries de televisão são dois novos lugares em que você pode encontrar muitos de seus personagens preferidos. Porém, as páginas em que eles são publicados desde 1938 continuam sendo a mídia de maior relevância de sua história dada a característica mensal de publicação das revistas. Com um espaço maior para se aprofundar em certos questionamentos, as histórias em quadrinhos, além de entreter, nos trazem um retrato da sociedade que nos cerca e problematizam seus costumes. Concentrado nessa qualidade das histórias em quadrinhos e utilizando como figura principal de exame o herói nacionalista Capitão América, este trabalho visa analisar como os quadrinhos discutem e problematizam as questões culturais de identidade nacional e de pertencimento; como o herói criado há quase 75 anos para representar a sociedade e retratar uma identidade nacional estadunidense, caso do Capitão América, pode manter tal função ao longo de todo esse período; como é possível que o personagem represente uma nação que se modifica em maior ou menor velocidade ao longo do tempo; como um herói nacionalista enfrenta a crise que causa a ruptura do conceito de nação no mundo contemporâneo e sobrevive (se sobrevive) a ela; e como os quadrinhos, e seus personagens novos ou em novas posições de protagonismo, se adaptam a essa nova realidade para poder manter relevante as discussões que sempre permearam o meio. Para alcançar tais objetivos, a análise utiliza os suportes teóricos de autores como Eco (2011 [1964]) e Bauman (2013 [2011]) na discussão do papel dos quadrinhos como um veículo de cultura. Em questões sobre o nacionalismo, nação e suas narrativas, respalda-se em Craig (2002), Barbour (2000), Said (2003), entre outros. Também se alicerça nas ideias de Hall (2005, 2009 [2003]), Toro (2010), García Canclini (2008), Almeida (2013) e Butler (2010) para as questões de identidades introduzidas nas revistas do Capitão América e nas dos heróis posteriores a 2011. Ao longo de todo trabalho, a análise emprega reflexões de diversos teóricos de quadrinhos como Santiago García (2012), Knowles (2008), Dittmer (2013) e Dalton (2011) para costurar a relação entre os quadrinhos e as questões da Literatura e Estudos Culturais. Verifica-se, assim, que o herói nacionalista se adapta constantemente às infinitas mudanças na narrativa da nação e contribui para um aumento da diversidade na representação da sociedade estadunidense. No atual momento, tal multiculturalismo é abraçado por meio de um destaque de novas identidades heroicas surgidas pós-2011 e outras provenientes da fragmentação do herói nacionalista, todas essas em maior consonância com os tempos atuais e que contemplam a diversidade cultural dos Estados Unidos