A nova era dos quadrinhos: deslocamentos e hibridez nos novos heróis da Marvel Comics
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/18240 |
Resumo: | Nunca foi tão necessário, como o é a cada novo dia, saber conviver com a diferença. Este é o maior desafio do cotidiano. Um desafio que se apresenta para aquele que precisa conviver com a differença, mas também para aquele que, sendo classificado como diferente, precisa lidar com o fato de que é apenas mais um no meio de incontáveis grupos taxados como diferentes. Se, por um lado, tal situação é um desafio grande para todos os envolvidos, por outro lado, a experiência é capaz de abrir nossas mentes e nos conscientizar das variadas tradições culturais que compõem a sociedade que habitamos. O efeito esperado – mas nem sempre alcançado – seria o fim da ideia de um melting pot que acabaria com as diferenças e uma maior aceitação do multiculturalismo existente na nossa sociedade. Como consequência natural da maior visibilidade alcançada por essas identidades em posições minoritárias de poder e influência, a demanda por um espaço nas mais diversas literaturas começa a se tornar impossível de ignorar. Mais rápido do que outras mídias – porém, mais lento do que deveriam – as revistas em quadrinhos de super-heróis nos Estados Unidos responderam a esse clamor e vêm se transformando em um retrato cada vez mais perto da realidade da sociedade na qual estão inseridas. Mais importante ainda, esta mudança nos quadrinhos vem acompanhada da ruptura com uma tradição de imposição de uma classe hegemônica, uma vez que observamos aumentar significativamente o número de personagens identificados com alguma minoria, bem como o número de autores pertencentes a tais minorias trabalhando na produção criativa das revistas. Com esse cenário em mente, este trabalho visa analisar como é aberto o espaço para identidades ex-cêntricas mostrarem sua voz e terem a oportunidade de serem ouvidas e, principalmente, como a temática do Outro é trabalhada em tais histórias. Quem é esse Outro? Por que ele está aqui? Como lidar com ele? Ele é realmente tão diferente assim? E isso importa? Para alcançar tais objetivos, a análise utiliza os suportes teóricos de autores como Eco (2001 [1964]) e Bauman (2013 [2011]) na discussão do papel dos quadrinhos como um veículo de cultura. Também se alicerça nas ideias de Hall (2005, 2009 [2003]), Toro (2010) e García Canclini (2008) para analisar como tais personagens se adequam a uma sociedade cada vez mais mutante e, por fim, com apoio de Landowski (2002), analisar qual tipo de Outro está representando a nação e qual tática adota no seu relacionamento com as alteridades de si mesmo. Verifica-se, assim, que o multiculturalismo é abraçado por meio de um destaque de novas identidades heroicas surgidas pós-2011 e outras provenientes da fragmentação do herói nacionalista, todas essas em maior consonância com os tempos atuais e que contemplam a diversidade cultural dos Estados Unidos. |