Competência socioafetiva de crianças e crenças e práticas de educadores sociais em instituições de acolhimento
Ano de defesa: | 2021 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17352 |
Resumo: | O presente estudo teve como objetivo analisar a competência socioafetiva de crianças, as crenças de educadores sociais sobre o desenvolvimento desta competência e práticas de cuidado por eles adotadas em instituições de acolhimento. A literatura indica que educadores sociais são importantes agentes de socialização do afeto e das emoções servindo, muitas vezes, como referencial para o comportamento das crianças em situações do cotidiano. Ademais, o desenvolvimento da competência socioafetiva tem início na infância e é considerada fundamental para as interações sociais que o indivíduo irá estabelecer, ao longo de sua vida. Para investigar a temática apresentada, optou-se pelo desdobramento desta tese em dois estudos. No Estudo 1, participaram 26 crianças, de seis a onze anos, de ambos os sexos, que estavam acolhidas em duas instituições. Uma localizada no município de Petrópolis e uma localizada no município do Rio de Janeiro. Foram aplicadas duas tarefas, inspiradas e desenvolvidas segundo o modelo da competência socioafetiva: a Tarefa A envolveu a contação de três histórias, enquanto que na tarefa B, foram exibidos três vídeos. Em ambas as tarefas os participantes deveriam identificar emoções manifestadas pelos protagonistas, indicando uma resposta dentre as oferecidas. No Estudo 2, participaram dez educadores sociais, de ambos os sexos, que atuavam com os participantes do Estudo 1. Primeiramente, os educadores sociais foram entrevistados, de forma individual, seguindo um roteiro com questões previamente estruturadas, sendo suas falas gravadas em áudio. Em um segundo momento, foram realizadas quatro filmagens, com cada educador, com duração de quinze minutos cada, em diferentes horários, utilizando a técnica do sujeito-focal. Para o Estudo 1, foram contabilizadas respostas adequadas para cada componente. Para o Estudo 2, as entrevistas foram transcritas na integra e analisadas com base na técnica de análise de conteúdo temático-categorial. Já para os vídeos, foram usadas categorias pré-definidas e realizados cálculos de frequências das categorias. Os resultados obtidos revelaram que as crianças indicaram buscar a figura de cuidado quando expostas a situações de conflito, além de demonstrarem dificuldade para diferenciar as emoções de raiva e tristeza. Porém, no geral, apresentaram alto índice de acerto. Com relação aos educadores sociais, relataram trabalhar as emoções com as crianças através do estabelecimento de diálogo que envolviam escuta e orientação sobre estados afetivos. Porém, durante as filmagens a categoria com maior número de ocorrências foi práticas relacionadas à cuidados básicos (41% do total), indicando que os participantes se envolveram em mais atividades voltadas para alimentação, higiene e vestuário das crianças. Verificou-se, de modo geral, que mesmo que os componentes da competência socioafetiva tenham sido analisados separadamente, sua articulação era inconteste, bem como a importância de serem interpretados “no contexto”. Ademais, embora os educadores sociais tenham relatado valorizar o desenvolvimento da competência socioafetiva das crianças acolhidas, suas práticas de cuidado ainda requerem reflexão e ajustes. Acredita-se que são necessários novos estudos na área, bem como a realização de programas de intervenção que busquem trabalhar aspectos afetivos de crianças e instrumentalize os educadores sociais para sua prática. |