Salto 15 e Calibre.40: notas sobre as construções de gênero de delegadas da Polícia Civil do estado do Rio de Janeiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Silva, Daniele Andrade da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Psicologia
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Psicologia Social
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21773
Resumo: O presente estudo aborda as construções performáticas de gênero de delegadas de polícia atuantes no Estado do Rio de Janeiro. Reduto tradicionalmente masculino, a Polícia Civil, desde sua criação, tratou de forma desigual homens e mulheres. Somente na década de 1970 que as primeiras mulheres ascenderam ao cargo de delegada de polícia. A partir de 1988, com a promulgação da Constituição Federal Brasileira, passou-se a exigir concurso público para o ingresso na carreira de delegado de polícia, ampliando a possibilidade de acesso de mulheres à função. Entretanto, a polícia parece manter mecanismos para dificultar a ascensão feminina. Para vencerem tais barreiras, elas precisam construir um local de prestígio e respeito, tanto dentro, quanto fora da instituição. A partir da utilização da Cartografia como método de pesquisa, acompanhamos percursos, conexões e processos de construção de feminilidades, acionadas e performadas por nossas entrevistadas para constituírem um local de respeito e destaque dentro e fora da Instituição. Ao longo dos quatro anos de pesquisa, realizamos entrevistas semiestruturadas com nove delegadas lotadas no estado do Rio de Janeiro, com idades entre 30 e 59 anos. Embora a polícia valorize ideários reconhecidos como masculinos, como força e virilidade, as performatividades de gênero operadas pelas delegadas permitem uma feminilização da polícia. Aqui são apresentadas três classes performáticas, a Delegata, a Delegada-Barbie e Mulher-De-Respeito-Também-Cuida, que ora se entrecruzam, ora se afastam, mas que se articulam para comporem as delegadas aqui discutidas. Ora essencializando, ora subvertendo velhas prescrições de gênero as figuras perfomadas demonstram limites e possibilidades de feminilidades. Local frágil de prestígio, as delegacias de atendimento à mulher são acionadas como analisador para problematizarmos questões de gênero e vulnerabilidades, pois elas reúnem duplamente mulheres: as que atuam e as que buscam atendimento, o entrecruzamento produz tensões, denunciando as ainda frágeis condições de vidas femininas em nossa sociedade, e as ineficientes políticas públicas.