Nem recatadas, nem do lar: a performatividade de professoras, violências e outras feminilidades

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Abreu, Luciana Izis Silva de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação da Baixada Fluminense
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação, Cultura e Comunicação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/10043
Resumo: A presente dissertação, intitulada Nem recatadas, nem do lar: a performatividade de professoras e outras feminilidades toma a docência feminina como tema central. A docência é nomeada como um trabalho feminino, pois as mulheres são a grande massa que exerce a profissão, logo discutir o magistério, implica em trabalhar questões de gênero. Contudo, de que feminino estamos falando? Consideramos que a docência pautada em atributos como o amor, abnegação, paciência estiveram ligados a um único modelo de feminilidade valorizado, em detrimento de outras feminilidades presentes. Este feminino hegemônico fora a única representação que tivemos ao longo da história sobre mulheres no magistério e, dessa forma, está inserido numa lógica heteronormativa. Contudo, não podemos dizer que esta fora a única feminilidade presente na docência, pois há diversas feminilidades que não estão visibilizadas. A partir do conceito butleriano de performatividade, trabalha-se a docência como um ato performativo que gere quais atributos uma professora necessita para ser considerada uma boa professora: esta necessita de ter seu gênero dentro da inteligibilidade para ser considerada uma boa docente capaz de transmitir conhecimentos e valores aos seus alunos. A pesquisa utilizou-se das trajetórias de vida como foco metodológico. Objetivou o entendimento dos sentidos de docência e das feminilidades nas histórias de cinco professoras da rede pública participantes da pesquisa. Violência presente na docência pela imposição de normas de gênero é, também, um dos focos esta pesquisa. Entendemos que os signos vistos como femininos são marcados por uma violência, logo entender a docência como uma profissão feminina, é debater as diversas violências de gênero presentes nesta. Dentre alguns resultados, encontrou-se como as professoras pensam seus sentidos de feminilidades de maneiras múltiplas. Desde uma professora que se coloca como uma mulher tradicional, uma outra docente que se auto intitula como professora puta . Outra professora argumenta se declarar sapatão nas escolas onde trabalha para subverter o termo que lhe ofendera desde sua escolarização. A história destas mulheres são únicas e nos fazem repensar o que são as mulheres docentes.