Influência do momento da exposição e do tamanho da ninhada na manifestação da hiperatividade locomotora de camundongos expostos ao etanol durante o desenvolvimento

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Rodrigues, Fabiana Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Biologia Roberto Alcantara Gomes
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Biociências
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
FAS
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16116
Resumo: A exposição gestacional ao etanol produz um amplo espectro de defeitos neurocomportamentais que podem persistir ao longo da vida, dentre os quais está o transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). Estudos em roedores vêm demonstrando que os primeiros 14 dias de vida pós-natal, período em que se dá o surto de crescimento cerebral, é crítico para a manifestação da hiperatividade locomotora. Neste estudo investigamos em camundongos a influência de dois fatores com potencial de interferir na hiperatividade locomotora induzida pelo etanol durante o período de surto de crescimento cerebral, a saber: o tamanho das ninhadas e o momento da exposição. Cada fator foi investigado em um estudo independente. No primeiro estudo, camundongos Suíços provenientes de ninhadas com número de filhotes inferior a oito ou superior a 12 receberam 5 g/kg de etanol ip (grupo ETOH) ou solução salina (grupo SAL) em dias alternados do segundo dia pós-natal (PN2; PN1 = dia do nascimento) até PN8. No segundo experimento, 5 g/kg ip de etanol ou solução salina foram injetados no inicio do período de surto de crescimento (PN2), no meio (PN8), no final (PN14) ou nos três momentos (PN2, PN8 e PN14). Em ambos os estudos, foram utilizados animais que não foram injetados (grupo NORMAL). A atividade locomotora foi avaliada em PN25 (estudo 1) ou PN30 (estudo 2) no teste de campo aberto. No segundo estudo avaliamos o número de neurônios dopaminérgicos no VTA. No primeiro estudo, as ninhadas com mais de 12 filhotes, do grupo ETOH apresentaram uma taxa de mortalidade maior do que a dos animais dos grupos SALINA e NORMAL. Nas ninhadas com menos de 8 filhotes, a taxa de mortalidade não diferiu entre os grupos. Em relação à massa corporal, os animais provenientes das ninhadas com menos de 8 filhotes do grupo ETOH apresentaram um ganho de massa menor do que o grupo NORMAL. No teste do campo aberto, a atividade locomotora dos animais não variou em função do tamanho das ninhadas, porém os animais do grupo ETOH tiveram um aumento da atividade em relação aos demais grupos. No segundo estudo, a taxa de mortalidade do grupo que recebeu etanol nas três idades foi maior do que a dos demais grupos. Não houve diferenças no ganho de massa durante o período de exposição, porém em PN25, os animais que receberam etanol nas três idades, foram mais leves que os dos demais grupos. Com relação a atividade locomotora, não foram observadas diferenças os animais do grupo NORMAL e dos grupos SALINA e ETOH que receberam as injeções em apenas uma das idades. Contudo, os animais do grupo ETOH que receberam as injeções nas três idades tiveram sua atividade locomotora aumentada em relação aos animais do grupo SAL injetados nas três idades e do grupo NORMAL. Na análise dos neurônios dopaminérgicos, não foram encontradas diferenças entre os grupos. Nossos dados sugerem que, pelo menos para a atividade locomotora, o tamanho da ninhada não afeta a teratogenicidade do etanol durante o surto de crescimento cerebral. Em contraste, hiperatividade induzida pela exposição ao etanol durante o período de surto de crescimento cerebral pode depender da frequência da exposição.