Estudo dos efeitos da exposição ao etanol durante o desenvolvimento sobre o comportamento social em camundongos: comportamento agressivo e as alterações serotoninérgicas cerebrais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Demarque, Kelly Cristina
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12588
Resumo: Evidências de que a exposição ao etanol durante o desenvolvimento está associada a alterações no comportamento social, como na manifestação do comportamento agressivo, e que o consumo de etanol está associado a crimes violentos levantam a possibilidade de indivíduos com transtornos do espectro alcoólico fetal apresentarem um déficit social piorado em resposta à exposição ao etanol. No presente trabalho, camundongos Suíços machos e fêmeas expostos ao etanol (Etoh, 5g / Kg ip, dias alternados) durante o período de crescimento abrupto cerebral [dia pós-natal (P) 2 a 8] foram usados para avaliar a interação social e parâmetros de comportamento agressivo após uma aguda reexposição ao etanol durante a adolescência. Em P39, os animais foram administrados com uma dose baixa única de etanol (1 g / Kg) ou água por gavagem e foram então avaliados no teste de sociabilidade de três câmaras. O comportamento agressivo foi avaliado pelo paradigma residente-intruso em machos, enquanto a dominância social foi investigada por teste de dominância em tubo em ambos os sexos. A estrutura testicular e os níveis de testosterona foram avaliados em camundongos machos. Também foram avaliados os níveis séricos de corticosterona e o sistema serotoninérgico do córtex cerebral frontal: concentrações de serotonina (5-HT) e 5-hidroxi-indolacético (5-HIAA), e marcação para receptores 5HT2 e do transportador de 5HT. Machos etoh mostraram reduções na sociabilidade. Além disso, os animais Etoh responderam de forma distinta à reexposição aguda ao etanol durante a adolescência. O desafio ao etanol reverteu as alterações no comportamento social, reduziu os níveis de corticosterona e causou suprerregulação do receptor 5-HT2 no córtex cerebral de camundongos Etoh machos. Nenhuma alteração foi observada no conteúdo de 5-HT e 5-HIAA. A exposição precoce ao etanol aumentou o índice gonadossomático e o número de células de Leydig. Em contraste, a espessura do tubo seminífero foi diminuída. Nenhuma diferença nos níveis de testosterona foi encontrada. Em relação ao comportamento agressivo, diferenças entre os grupos foram encontradas apenas quando o residente Etoh foi desafiado com etanol (1g / Kg) antes do confronto. Os camundongos Etoh residentes mostraram um aumento no número e passaram mais tempo em eventos agressivos. Os camundongos Etoh fêmeas ganharam mais confrontos no teste do tubo. Esses dados suportam a hipótese de que a exposição ao etanol durante o surto de crescimento cerebral impacta nas habilidades sociais durante a adolescência, alteram os efeitos da reexposição ao etanol e sugerem que a resposta ao estresse e o sistema serotoninérgico desempenham papéis nesse fenômeno. Além disso, embora os níveis agressivos basais não tenham sido afetados, a exposição ao etanol programa um aumento na suscetibilidade à agressão induzida pelo etanol em animais machos adolescentes.