Micronarrativas de memórias e a virtualização da experiência de passado na cidade de Juiz de Fora
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Comunicação Social Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Comunicação |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16704 |
Resumo: | As cidades são um emaranhado de espaços urbanos, organismo vivo e em constante mutação. Os ritos nesses locais surgem, se modificam ou são destruídos ao longo do tempo. Mas, o que resta desses vestígios em nossa memória? Há uma apropriação ativa e temporal dos lugares e daí decorrem as narrativas sobre eles. E essa memória, tal como as ruínas do passado, está repleta de elementos intangíveis e diz a respeito a uma cidade mais imaginada do que vivida. O aporte teórico alçado nesta tese refere-se: a memória social, ao desenvolvimento do conceito de micronarrativas, a discussões sobre cidade, a dinâmica do Facebook e a existência de álbuns de fotografias digitais. O empenho será no entendimento da cidade de Juiz de Fora, MG, Brasil, e propõe-se a utilizar da compreensão de “imaginação histórica” por Hayden White (1970) a partir de quatro caminhos: no primeiro caminho analisa-se os comentários sobre as fotos na fanpage “Maria do Resguardo” (MR), dedicada a fotografias antigas de Juiz de Fora e considerada nesta pesquisa como uma plataforma de memória na rede social Facebook. O segundo caminho aponta para uma época sem as novas tecnologias da informação: foram selecionados trechos em obras de memorialistas do final do século XIX até a década de 40 do século XX, a partir das micronarrativas de José Rangel, Pedro Nava, Murilo Mendes e Rachel Jardim. O terceiro caminho afigura-se em entrevistas temáticas a idosos moradores da cidade, que transfiguram as lembranças do município. O último caminho retoma o primeiro, pois busca-se nas redes sociais as micronarrativas presentes nos comentários da página do jornal “Tribuna de Minas” no Facebook. A partir da análise dos comentários do público na campanha chamada “Memórias Afetivas”, realizada pelo jornal em maio de 2019 por ocasião do aniversário da cidade, comunica-se as ruínas e o transbordamento de memória nas mídias. Trabalhada pela lembrança dos fãs, a memória que resiste nesses mecanismos constitui uma temporalidade qualificada. As páginas sistematizam assim a passagem do tempo que elas tentam subverter, ao (re)apresentar as pistas de uma sobrevivência que exige (ou necessita) ser nomeada. Os sujeitos rememoradores (fãs que comentam nas publicações) são espécies de artesãos do momento histórico, que costuram outras camadas de memórias da cidade nas suas micronarrativas e dão visibilidade às temporalidades de Juiz de Fora. Revelam percepções temporais particulares numa perspectiva memorialista com um tratamento dado às questões relativas à história da cidade como efeméride. Os textos se aproximam de narrativas testemunhais em trocas afetivas nos blocos de sentimentos saudosistas e nostálgicos. |