Violência entre parceiros íntimos e aleitamento materno exclusivo em países da América Latina e Caribe

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Tomé, Patricia Gomes
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7336
Resumo: A proposta deste estudo foi investigar a associação entre violência entre parceiros íntimos (VPI) e a prática do aleitamento materno exclusivo (AME) em mães residentes em países integrantes da América Latina e Caribe. Trata-se de estudo seccional conduzido com dados da Demographic and Health Survey (DHS). A amostra do presente estudo foi composta por mulheres entre 15 e 49 anos com filhos menores de 6 meses. A VPI foi aferida por meio do módulo DHS de violência doméstica que consiste em uma adaptação da CTS2 (Conflict Tactics Scales 2). A VPI foi tipificada como física e/ou sexual. A prática do AME foi mensurada com base em um questionário padronizado, bem como as variáveis socio-econômicas (nível de escolaridade, escore socio-econômico, idade materna, trabalho materno, situação conjugal, idade da criança, sexo da criança, peso ao nascer, tipo de parto, paridade, local do parto). Inicialmente, foram realizados os cálculos de prevalências para o desfecho segundo as diferentes categorias de exposição. Subsequentemente, foram calculadas as razões de chances (Odds Ratio - OR) por regressão logística da prática de AME em relação a cada tipo de exposição. As covariáveis associadas ao desfecho com p-valores ≤0,20 compuseram um modelo multivariado e um p-valor <0,05 foi adotado como indicador de significância estatística para permanência no modelo final. Todas as análises foram realizadas para cada país considerando o desenho complexo da amostra. Resultados mostram que encontravam-se em AME 11,6% das crianças na Colômbia, 30,8% em Honduras, 38,5% no Haiti, 7% na República Dominicana e 65% no Peru. Das mães de crianças menores de 6 meses entre 25-27% relataram ter sofrido violência física na Colômbia e Peru, e entre 12-17% em Honduras, Haiti e República Dominicana. Relataram ter sofrido violência sexual 3% entre as colombianas, hondurenhas e peruanas, 4% entre as dominicanas e 9% entre as haitianas. Após ajustes pelas co-variáveis apenas as mulheres haitianas expostas a VPI física apresentaram chances significativamente menores de estarem ofertando exclusivamente leite materno (OR=2,71; IC 1,12-6,64). No contexto socio-cultural do Haiti, pode-se inferir sobre a necessidade da incorporação de medidas que enfrentem efetivamente a questão da violência entre parceiros íntimos, identificando-a o mais precocemente possível (na consulta pré-natal, por exemplo) para que e os efeitos adversos da VPI sejam atenuados