Violência entre parceiros íntimos e interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo no quinto mês de vida

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Vianna, Gabriela Vasconcellos de Barros
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/7335
Resumo: O objetivo do presente estudo foi investigar o papel da violência entre parceiros íntimos (VPI) na interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo (IPAME) em crianças no quinto mês de vida. Trata-se de um estudo seccional com 244 crianças (média de 126,55 dias de vida ± DP = 5,29) que compareceram a quatro unidades básicas de saúde do município do Rio de Janeiro no período de 2005 a 2009 para acompanhamento do crescimento e apresentaram dados sobre o consumo alimentar nas 24 horas antecedentes à entrevista e sobre a violência entre parceiros íntimos no segundo e no quinto mês de vida. As práticas alimentares foram mensuradas por meio de recordatório de 24 h e o desfecho do estudo foi a interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo, definida como o consumo de qualquer outro líquido ou alimento que não o leite materno. A VPI foi medida por meio da versão em português da Conflict Tactics Scales-1 (CTS-1), classificada em VPI Global (presença de agressão física no casal) e de acordo com sua gravidade (VPI Menor e VPI Grave), e categorizada como: (a) ausente, (b) presente em um dos dois momentos, e (c) presente nos dois momentos (recorrente). A violência contra a mulher (VCM) também foi investigada na população de estudo, sendo classificada e categorizada de maneira similar à VPI. A análise inicial constou do cálculo das prevalências da IPAME, da VPI e demais características da população. A associação entre VPI e IPAME foi verificada por meio de modelo de regressão logística, mediante estimativas de razões de chances (RC) brutas e ajustadas e seus respectivos intervalos de 95% de confiança (IC 95%). As variáveis associadas ao desfecho com p-valor ≤ 0,20 nas análises brutas foram consideradas covariáveis para fins de ajuste em modelos multivariados. Os achados deste estudo mostram que, mesmo após o ajuste por paridade, idade e escolaridade maternas, trabalho atual, condições de moradia e rede social, a VPI Global aumentou em quase quatro vezes a chance de IPAME quando recorrente nos relacionamentos (RC = 3,95; IC95% = 1,13 13,87; p-valor = 0,032), e a VPI Menor recorrente aumentou em mais de três vezes a chance de IPAME (RC = 3,78; IC95% = 1,08 13,25; p-valor = 0,038). Em todas as famílias onde a violência contra a mulher foi recorrente, as mulheres já haviam interrompido o aleitamento materno exclusivo. Os resultados do presente estudo reforçam a importância do desenvolvimento de ações que identifiquem situações de violência familiar, provendo auxílio a essas famílias, e que incentivem, não só a prática do aleitamento materno exclusivo, mas estilos de vida saudáveis e harmoniosos