Erico Veríssimo e a Biblioteca de Nanquinote: um projeto para a “petizada” brasileira (1936-1949)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Carvalho, Michele Ribeiro de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/17808
Resumo: Neste estudo, examinam-se os aspectos que contribuíram para a conformação da Biblioteca de Nanquinote, coleção de livros infantis da Livraria e Editora do Globo, idealizada por Erico Veríssimo. São focalizadas questões acerca da atuação de Erico Veríssimo na condição de intelectual mediador da leitura, assim como a respeito da divulgação e das críticas à Biblioteca de Nanquinote, publicadas em periódicos de diferentes regiões brasileiras. Ainda, examina-se o conteúdo das histórias de Veríssimo para a coleção e de que forma essas obras contribuíram para um projeto cultural e pedagógico do autor e da casa-editora. Ademais, sublinha-se a atuação da Livraria e Editora do Globo como difusora das histórias criadas por Erico Veríssimo e outros autores gaúchos, que recebem destaque no estudo. A hipótese central desta pesquisa é que a coleção Biblioteca de Nanquinote tenha sido espaço de educação não institucionalizada para crianças pequenas e, neste sentido, busca-se analisar as contribuições do intelectual e romancista Erico Veríssimo para a literatura destinada à infância nas décadas de 1930 e 1940. O recorte temporal incide sobre os anos de 1936 a 1949. O período de 13 anos selecionado diz respeito à formação da coleção em 1936, quando os primeiros títulos foram publicados e organizados nessa configuração, e se estende até 1949, após o último título ser publicado, e as propagandas e as notícias sobre as obras começarem a diminuir. As análises teóricas e a abordagem metodológica do estudo ancoram-se em pressupostos extraídos da História do Livro, da Leitura e da Edição, notadamente, nas pesquisas realizadas por Chartier (1990, 1996), com destaque para a materialidade dos impressos e dos protocolos de leitura, capazes de mobilizar a interpretação dos leitores. Os estudos relativos aos intelectuais e à mediação cultural, tais como aqueles fundamentados em Sirinelli (1996) e em Gomes & Hansen (2016), também se mostraram relevantes. Os livros de memórias de Erico Veríssimo foram acionados neste estudo, na medida em que oferecem indícios sobre a conformação da Biblioteca de Nanquinote. Ademais, conjuga-se o exame dos anúncios assinalados com as advertências contidas nos textos críticos escritos por outros intelectuais e publicados em jornais e revistas. Conforme os resultados alcançados, os livros da coleção escritos por Erico Veríssimo, por um lado, prescrevem a leitura literária como forma de aprendizado e crescimento pessoal e, por outro, se configuram como um projeto do escritor e da própria Livraria e Editora do Globo com vistas à difusão da leitura.