Memes no Curso Normal: juventudes em formação entrelaçada por políticas, poéticas e tecnologias

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Oliveira, Ana Paula da Silva Conceição
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19506
Resumo: A sociedade contemporânea apresenta um cenário marcado pela cibercultura (LÉVY, 2010), em que é comum observar uma ubiquidade tecnológica, na qual as relações sociais são permeadas pelos artefatos digitais em rede, trazendo outros modos de convivência e comunicação. As relações entre as pessoas, presentificadas no universo digital, sinalizam formas outras de enunciar a palavra, de tocar e agir em direção ao outro responsivamente (BAKHTIN, 2011). Nessa tessitura, apresento a pesquisa de doutorado produzida na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ, sob a orientação da Professora Dra. Maria Luiza Magalhães Bastos Oswald, coordenadora do Grupo de Pesquisa Infância, Juventude, Educação e Cultura/IJEC. O presente estudo tem por objetivo conhecer as produções de sentidos das normalistas dadas aos memes na contemporaneidade que, permeada por tecnologias digitais em rede (SANTOS; CARVALHO, 2021), desencadeia outros modos de leitura, escrita e expressão. Entre conversas físicas, no WhatsApp e no Meet, abriu-se espaço para a partilha de pensamentos e sentimentos (SERPA, 2010), emergindo em memes as tormentas sociais e os murmúrios clandestinos (GERALDI, 2010) das estudantes. O que as normalistas têm enunciado em memes? Em busca de possíveis respostas, o caminho é em direção à palavra, compreendendo-a como significado, experiência psíquica, ideologia, ação e acontecimento que esbarra na tecnologia não apenas como instrumento, mas como prática cultural responsiva e revolucionária. O presente estudo compreende as tecnologias digitais em rede como ambientes de transição e corporificação da linguagem (SANTAELLA, 2003), tornando-se os memes modos contemporâneos de pensar, dizer e responder. Em sintonia com a teoria da enunciação de Bakhtin e de seu círculo, a linguagem é compreendida como um fenômeno com essência, lugar e destino na vida social (VOLOCHÍNOV, 2013), tornando-se os memes expressões carregadas de densidades ideológicas, ora promovendo o riso festivo popular, alegre e burlador, ora demonstrando uma autoria satírica, de humor negativo e mordaz, destinado à mortificação da vida. Enquanto prática cultural de estudantes, os memes caracterizam-se pela hibridação da linguagem que, ao apelar ao riso e à ironia, traduzem-se como enunciação crítica, revelando pistas sobre o vivido pelas normalistas em seu processo de formação dentrofora da escola. Assim como Bakhtin, acredita-se que é na ideologia do cotidiano que a classe popular reage às ideologias oficiais em busca de sua transformação.