Quem somos hoje? Um estudo sobre a precarização da vida com Foucault, Judith Butler e outros autores
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/19629 |
Resumo: | Quem somos no presente momento da história? Não é por acaso que esse trabalho se inicia com essa pergunta. Ela coloca em questão o presente e claramente nos convoca a reflexão sobre nós mesmos nas relações com o agora no qual nos encontramos. Não basta perguntar: o que é este hoje? Mas, sim, qual a relação que temos com este hoje? Quais os elementos do presente nos atravessam e nos constituem? Ao colocarmos em questão o presente, iremos perceber que a precarização da vida é o elemento da singularidade histórica que sobressalta aos olhos e que constitui o nosso modo de ser, estar e pensar o mundo. Nosso estudo parte da perspectiva de que a precarização é um continuum manifesto, inseparável e homogêneo ao capitalismo e que, apesar das suas relativas diferenças ao longo da história, tem no interior delas algo de invariável e comum, a saber: a manifestação da violência. A nossa tese central é a de que a precarização da vida acontece com a diminuição, fragilização, obsolescência, desvalorização, esgotamento da vida através do exercício violento do poder. Hoje, com o neoliberalismo, a violência se intensifica, se atualiza, torna-se instrumento nas relações de poder e encontra condições desejadas para isso. É devido à exposição maior da nossa vulnerabilidade pela ação da violência que nossas vidas estão sendo precárias. Existem diferentes meios de distribuir precariedades a determinados grupos de pessoas, articulada dentro de um campo de poder onde algumas pessoas tornam-se mais suscetíveis à violência arbitrária que outras. Buscando compreender o funcionamento do exercício do poder no processo da precarização da vida, tecemos uma analogia entre as linhas de força do poder e as linhas de força da pipa. Verificamos que a violência, biopolítica e normalização neoliberal são as linhas que tecem a precarização da vida, sendo a sujeição nesses termos, o nó mais bem feito dessa trama. A precariedade que caracteriza os nossos dias é tecida na relação íntima entre poder e vida. A saída que encontramos para o enfrentamento desse problema foi constituída a partir da estética de si como uma atitude ética do sujeito articulada ao uso da crítica nas relações de si para consigo e de si para com os outros. Fazer a crítica de si é saber renunciar o que oprime e violenta a mim mesma e diminui as possibilidades de ação comigo mesma, e que também, em certa medida, violenta o outro. Deste modo, trouxemos para a problematização dessas questões alguns quadros que ilustram bem a dinâmica da precarização da vida a partir da operacionalidade da violência nos seguintes campos: vida social e política, trabalho e escola. A moldura desses quadros possibilitará uma melhor compreensão da sutileza dos mecanismos engendrados para a precarização da vida, implicando, inclusive, o desenvolvimento de uma análise crítica sobre a moldura. |