Efeitos do treinamento físico sobre as respostas cardiovasculares à ativação metaborreflexa muscular em pacientes com doença arterial coronariana

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Gama, Gabriel da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Educação Física e Desporto
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/22221
Resumo: Introdução: Pacientes com doença arterial coronariana (DAC) podem apresentar alterações do metaborreflexo muscular que podem resultar em intolerância ao exercício e aumento do risco cardiovascular. As adaptações do metaborreflexo muscular ao treinamento físico nesses pacientes ainda não foram investigadas. Objetivo: Investigar as respostas cardiovasculares à ativação do metaborreflexo muscular em pacientes com DAC, e os efeitos de um programa de treinamento físico multimodal supervisionado sobre essas respostas. Métodos: Pacientes com DAC (grupo DAC; n = 11; 60,5 ± 8,3 anos) foram comparados com voluntários controles sem evidências de DAC (grupo CONT, n = 9; 54,7 ± 6,3 anos) quanto às respostas cardiovasculares em repouso e durante um teste de estresse pressórico ao frio (CPT, do inglês: cold pressor test) e ativação do metaborreflexo muscular sem e com aplicação de capsaicina tópica, utilizando um protocolo de restrição circulatória pós-exercício (PECA, do inglês: post-exercise circulatory arrest). A frequência cardíaca (FC) e a pressão arterial (PA) batimento-a-batimento foram avaliadas por um cardiomonitor e plestimografia infravermelha digital; respectivamente. Através do método Modelflow, o volume sistólico (VS), débito cardíaco (DC) e a resistência vascular periférica (RVP) foram calculados. Os níveis de lactato foram avaliados em repouso e após PECA por um analisador de lactato. Após essas comparações (DAC vs. CONT), o grupo DAC foi reavaliado após 12 semanas de participação em um programa de treinamento físico supervisionado multimodal composto de 2-3 sessões semanais de 60 min de duração. Resultados: Durante o CPT, o grupo DAC apresentou aumento mais pronunciado para a PA média (38,0 ± 9,0 vs. 18,7 ± 16,8 mmHg; p < 0,01) e RVP (1053,0 ± 600,5 vs. 499,8 ± 481,0 dina.seg.cm-5; p = 0,04) em relação ao CONT, enquanto o incremento da FC foi maior em CONT (17,5 ± 9,0 vs. 8,1 ± 5,0 bpm; p = 0,01). A ativação do metaborreflexo resultou em maior alteração ao repouso em DAC vs. CONT da PA sistólica (27,5 ± 17,3 vs. 14,2 ± 4,5 mmHg; p = 0,04), PA diastólica (10,1 ± 6,5 vs. 4,2 ± 1,8 mmHg; p = 0,02), PA média (27,5 ± 17,3 vs. 14,2 ± 4,5 mmHg; p = 0,04), RVP (149,7 ± 86,9 vs. 61,0 ± 47,4 dina.seg.cm-5; p = 0,02) e lactato sanguíneo (0,48 ± 0,42 vs. -0,18 ± 0,40 mmol/L; p < 0,01). Após o treinamento físico, o CPT induziu menor aumento na PA diastólica (24,33 ± 8,4 vs.34,85 ± 12,94 mmHg; p = 0,05). As alterações ao repouso induzidas pelo metaborreflexo muscular no grupo DAC diminuíram em 28% (p = 0,05), 28% (p = 0,04) e 85% (p = 0,01) para a PA diastólica, PA média e lactato sanguíneo; respectivamente. Não foram encontradas diferenças significativas para o VS e DC, bem como para a aplicação da capsaicina nas variáveis investigadas para nenhuma das comparações (DAC vs. CONT ou pré vs. pós-treinamento em DAC). Conclusão: A resposta pressórica à ativação do metaborreflexo muscular está exacerbada em pacientes com DAC, em parte devido ao incremento exagerado na RVP e nos níveis de lactato. A via eferente do metaborreflexo muscular parece estar envolvida nessas alterações. No entanto, o treinamento físico atenuou essas respostas