Efeito da hemodiálise sobre a biodisponibilidade dos ácidos graxos livres em pacientes com insuficiência renal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Barnese, Marcos Roberto Colombo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Faculdade de Ciências Médicas
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Fisiopatologia Clínica e Experimental
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/12700
Resumo: Ácidos Graxos não esterificados (AGNE) são transportados no sangue ligados à albumina (AB), o que evita eventos de lipotoxicidade. AGNE circulantes se encontram elevados em doenças como sepse e insuficiência renal, sendo tóxicos para as células, causando apoptose e necrose. Nosso objetivo foi avaliar o efeito da hemodiálise (HD) sobre os níveis séricos de AGNE em dois grupos de pacientes: com insuficiência renal aguda (IRA) por sepse e com insuficiência renal crônica (DRC). Objetivamos também aplicar um teste funcional para a albumina que avalie o grau de saturação da proteína por AGNE. Métodos: Prospectivamente, AB e AGNE foram medidos nas mesmas amostras de soro, coletadas pré e pós-HD, de 20 pacientes de cada grupo. As razões molares AGNE/albumina foram comparadas com aquelas obtidas em voluntários saudáveis (n=15). Valores do total e das frações de AGNE séricos (mirístico (C14:0), palmítico (C16:0), esteárico (C18:0), palmitoleico (C16:1), oleico (C18:1) e linoleico (C18:2)) foram determinados por HPLC. Hemodiálise convencional e/ou hemodiálise prolongada foram realizadas com membranas de polissulfona. Pelo método de focalização isoeletrica (IF) determinamos o pH de migração e a densidade da banda proteica. Resultados: As respectivas médias das concentrações de AB nos grupos IRA, DRC e controle foram de 319±113, 442±137 e 647±126 µM. AGNE total com valores aumentados pré-HD nos grupos IRA e DRC, assim como as respectivas AGNE/AB (3,91±0,32 e 2,99±0,27), controle 0,38±0,03. Após HD os AGNE diminuíram cerca de 30% nos dois grupos. AGNE/AB também diminui significativamente para 2,5±0,2 (IRA) e 2,16±0,27 (IRC). Pela IF, o pH variou após HD em ambos os grupos (IRA 5,206±0,03 para 5,347±0,02, IRC 5,266±0,03 para 5,413±0,02) e as densidades das amostras reduziram cerca de 30%. Conclusão: A hemodiálise reduziu a biodisponibilidade sérica de AGNE e contribuiu para restaurar o equilíbrio molar AGNE/AB. A FI mostrou uma boa correlação entre pH e AGNE/AB e pode ser útil para avaliar a saturação de AB nos pacientes críticos. Portanto, a HD é efetiva na depuração dos AGNE séricos, com potencial de prevenção da lipotoxicidade em pacientes com insuficiência renal aguda e crônica.