Somos todas vadias?: igualdade, diferença e política feminista a partir da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Ribeiro, Letícia
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Medicina Social
BR
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/4417
Resumo: O estudo toma como objeto a Marcha das Vadias do Rio de Janeiro, movimento político que, ancorado no paradigma dos direitos sexuais e reprodutivos, articula a luta contra a violência de gênero a demandas referentes à autonomia feminina no tocante à sexualidade e à defesa da diversidade sexual. O foco recai sobre as controvérsias em torno desse movimento, a partir da constatação de que as slutwalks valorizam a pluralidade e a diversidade, mas são confrontadas por críticas centradas na reivindicação de identidades específicas baseadas em diferenças. Ao longo de 2014 realizou-se observação participante de reuniões e eventos organizados pelas ativistas da Marcha das Vadias do Rio de Janeiro, posteriormente complementada por entrevistas semiestruturadas. Buscou-se compreender como as especificidades desse ato político enquanto modalidade de ativismo influenciam a maneira pela qual são pensadas igualdade/diferença e políticas de identidade. Um questionamento perpassa toda a dissertação: qual é a possibilidade de alianças entre mulheres, tendo em vista as diferenças e desigualdades entre elas? As análises apontam que mulheres negras e de periferia caracterizam a Marcha das Vadias como um feminismo elitista e branco , questionando a dimensão libertadora atribuída ao termo vadia . A despeito do comprometimento das ativistas com preceitos democráticos - resumidos no ideal de horizontalidade -, as interações foram marcadas por denúncias de hierarquizações, nas quais os marcadores raça e geração foram centrais. Por fim, os significados atribuídos às figuras de vítima/agressor, que nas dinâmicas internas se desdobraram em opressoras/oprimidas, apontam para possibilidades e limites de estratégias políticas nas quais a vulnerabilidade não é associada a falta de agência.