Corpo a corpo com a marcha: feminismos e marcha das vadias em Campina Grande.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: RODRIGUES, Rosemary Ramos.
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Campina Grande
Brasil
Centro de Humanidades - CH
PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS SOCIAIS
UFCG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://dspace.sti.ufcg.edu.br:8080/jspui/handle/riufcg/2192
Resumo: A Marcha das Vadias é um movimento feminista que surge em 2011 em Toronto, Canadá, e se espalha pelo mundo, inclusive em cidades pelo Brasil. Em Campina Grande segue o modelo geral de divulgação, as redes sociais, e possui pautas gerais, como o direito ao corpo e o enfrentamento a violência sofrida pelas mulheres, mas também possui questões regionais, como a campanha #somos todas(os) mulheres de Queimadas. A Marcha das Vadias traz no seu seio o corpo como palco, como arma política. O corpo é visto, não apenas como categoria a ser tematizada ou objeto de reivindicação, mas como instrumento de luta política. Os corpos são expostos e carregam lemas e bandeiras, como: “Meu corpo, minhas regras”, “Somos todas vadias”, “Se ser livre é ser vadia, somos todas vadias”, “Nem santa, nem puta”, “Tire seu crucifixo do meu útero laico”, “Meu corpo não é um convite”, “Não é não”, “Machismo mata”, etc. Tendo como base o exposto, essa tese tem como objetivo analisar como a Marcha das Vadias de Campina Grande problematiza o corpo feminino e quais as suas intenções políticas. O recorte temporal é de 2012 a 2016, primeiro e último ano da Marcha das Vadias em Campina Grande, respectivamente. Foram entrevistadas as nove integrantes atuais do Bruta Flor Coletivo Feminista, organizador da Marcha das Vadias em Campina Grande. As entrevistas foram semiestruturadas, dando destaque as categorias corpo, vadia, feminismo e preconceito. Nas entrevistas ficou evidenciado o alto grau de politização e engajamento ao movimento feminista por parte das integrantes do Bruta Flor. Com a pesquisa cheguei a algumas conclusões: ficou evidente que a Marcha das Vadias de fato é um movimento feminista que reivindica o direito das mulheres sobre o seu corpo, ou seja, empoderamento feminino. Nesse movimento o corpo é instrumento de luta política, no qual as integrantes inscrevem nos seus corpos as quebras das normas regulatórias, afirmando que o lugar da mulher é onde ela quiser, que seu corpo pertence somente a si, quebrando com os padrões de beleza, pois o que vemos na marcha são mulheres de múltiplas composições corpóreas, muitas delas não se encaixando nos padrões de beleza estabelecidos na atualidade, ou seja, mulheres gordas, mulheres com celulite, mulheres sem curvas, mulheres com cabelos crespos, etc. Assim, as formas de atuação da marcha se dão a partir da lógica de enfrentamento a um modelo de sociedade calcada na misoginia e práticas de sujeição feminina.