Acontecimento e contraconduta: os caminhos incorporais em Michel Foucault
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Ciências Sociais::Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Filosofia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23653 |
Resumo: | A despeito deste trabalho atingir um grande espectro conceitual, nossa análise de uma forma mais direta, lança um olhar ao poder e à resistência, ambos, a partir de uma genealogia do acontecimento em Foucault. Este trabalho busca extrapolar a visão reducionista e enviesada com que esses dois conceitos têm sido marcados desde o alvorecer da modernidade. Esse trabalho trata, portanto, de contraconduta e biopoder duas resultantes diretas da governamentalidade moderna. Por outro lado, este trabalho busca analisar a ascensão e desdobramento do acontecimento puro no pensamento foucaultiano; evento responsável pela guinada do poder à ética em seu pensamento. Discutimos, portanto, fundamentalmente, alguns dos principais conceitos foucaultianos, a saber: acontecimento, contraconduta, biopolítica, biopoder, acontecimentalização, atualidade, crítica, diagnóstico, enunciado, episteme, arquivo, etc.; além daqueles herdados de Nietzsche: Herkunft, Entstehung, e a Wirkliche Historie. Buscamos com isso respostas à pergunta se faz sentido falar em contraconduta hoje? E, efetivamente, do se trata quando se fala que a resistência é condição de possibilidade do poder; ou seja, de que o poder não ocorre independentemente dos processos de resistência. Uma outra questão envolvida nesta problemática, é se faz sentido falar em liberdade em uma filosofia tida como responsável pela “morte do homem” e pelo desaparecimento do sujeito. Enfim, é preciso refletir que os indivíduos não resultam de uma natureza humana; a dimensão subjetiva do “si próprio” constitui uma série de elementos que se sobrepõem, se associam e se dissociam, estabelecem-se relações de significação e valor, aproximação e distanciamento, desejo e repulsa, entre uma diversidade de afetos. Uma linha de subjetivação se constitui a partir de relações que envolvem práticas sobre aquilo que conhecemos ou não, coisas que nem sempre são ou foram as mesmas. Assim, ao sabor das nuances dessas continuidades e descontinuidades, os diagramas mudam, traçam-se novas rotas; alteram-se as velocidades e espacialidades capitalistas na era do Império. No campo institucional está em curso um processo biopolítico ampliado que torna instável a governamentalidade dentro dos chamados, estados-nação. No contexto social, há uma despotencialização da ética e da política, muito em função do esvaziamento das forças produtivas da vida. Irreflexão social, atomização e incerteza, nos jogam para um cenário de utopia negativa bastante temerário, de sorte que a verdade na sua forma mais tradicional de obtenção não mais corresponde aos fatos, mas sim àquilo que se escolhe acreditar. Vivemos sobre um signo que rege uma verdadeira cultura à boçalidade, a qual parece tomar conta de forma ufanista de todos os rincões da sociedade; sendo exaltada como modo de vida em desprezo a todo e qualquer tipo de orientação racional guiada por uma “vontade de verdade” ligada ao pensamento. De sorte que as relações efêmeras e os vínculos sociais frouxos nestas sociedades pautadas pelas velocidades típicas das redes sociais globais, informacionais, requerem uma analítica do tempo presente, capaz de dar conta destes fenômenos que escapam à maioria das análises tradicionais. Efetivamente, essa proposta está contida neste trabalho. |