Uma epígrafe em movimento: a tensa relação entre literatura e técnica na obra de João do Rio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Guimarães, Lohane Cristine de Araujo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/16723
Resumo: Nos anos 80, a pesquisadora Flora Süssekind já apontava haver rastros das tecnologias do início do século XX, como o panorama, o cosmorama, o estereoscópio, a fotografia e o cinematógrafo, na obra de João do Rio. Já nos anos 90, o professor Renato Cordeiro Gomes veio corroborar essa ideia, guardadas as suas devidas proporções, de um diálogo entre linguagem literária e novas tecnologias, que acarretou mudanças no texto literário. Tomando como inspiração os estudos de Flora Süssekind (1980) e de Renato Cordeiro Gomes (1996), a reflexão desenvolvida neste trabalho é sobre o tenso diálogo da escrita com as novas tecnologias em dois momentos, antes e depois do cinematógrafo. Foi buscado mostrar como João do Rio lidou com a ambiência moderna, marcada não só pela chegada de novidades técnicas, mas também pela reforma urbana, as mudanças nas noções de velocidade, tempo e espaço que, além de alterarem a escrita, modificaram também a percepção e a sensibilidade dos sujeitos. Na tentativa de concorrer com a série de imagens que aconteciam naquele momento, o texto literário precisou se tornar mais provocativo, afetando o leitor, produzindo efeitos similares ao que as novas tecnologias faziam, principalmente o cinematógrafo. A alteração da literatura e de seus modos de escrita já vinha ocorrendo antes mesmo do cinematógrafo, mas ganhou maior força a partir dele por esse aparato condensar as sensações vívidas e intensas aos quais os sujeitos estavam expostos na vida moderna. As coletâneas de crônicas A Alma Encantadora das Ruas (2012) Cinematógrafo (2009) Vida Vertiginosa (1911) e A cidade (2017) foram o material analisado para identificar como se deu o impacto na escrita a partir do diálogo com as novas tecnologias. Para a pesquisa foram realizadas leituras sobre a sensibilidade moderna; sensacionalismo; reforma urbana na cidade do Rio de Janeiro; história da crônica; a chegada do cinematógrafo na urbe carioca e seus impactos na vida dos sujeitos; associação entre literatura e técnica. Dentre os autores que foram lidos estão: Ben Singer, Hans Ulrich Gumbrecht, Marshall Berman e Walter Benjamin com textos que tratam de questões como a experiência urbana e a modernização; Flora Süssekind, Giovanna Dealtry, Julia O’Donnel e Renato Cordeiro Gomes sobre a literatura e modernidade em João do Rio; Jane Santucci e Nicolau Sevcenko sobre os novo ritmo de vida na urbe carioca; Hermetes Reis de Araújo, Valéria Guimarães sobre literatura e sensacionalismo, e Edgar Morin, Flávia Cesarino Costa e Jean Epstein sobre a história do cinema