O pensamento de Manoel Bomfim para a educação: uma crítica aos males de origem ao progresso da nação brasileira (1905-1931)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Mallmann, Marcela Cockell
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Faculdade de Educação
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Educação
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/21973
Resumo: Manoel Bomfim (1868-1932) foi um intelectual que se destacou em múltiplas frentes de atuação como médico, deputado federal, professor na Escola Normal, Diretor do Pedagogium (1896-1919), membro da Liga Brasileira de Higiene Mental (1924) e da Associação Brasileira de Educação (1924). Autor de uma produção escrita constituída por livros, artigos e discursos tipografados acerca de temáticas associadas a formação da nação e a educação brasileira. Nesta pesquisa investiga-se o seu pensamento direcionado a educação e a identidade nacional, a partir da construção de um contradiscurso em seus escritos no período de 1905 a 1931. A hipótese da tese considera a autonomia e crítica contracorrente caracterizada pelo questionamento dos discursos científicos hegemônicos como o argumento central em sua produção escrita e ideário de nação independente pela educação. O recorte temporal proposto corresponde à publicação das obras A América Latina: males de origem (1905) e Cultura e educação do povo brasileiro (1931), última obra do autor. As fontes documentais investigadas neste trabalho, podem ser divididas em discursos tipografados, artigos em jornais, revistas e livros que versam sobre a educação na perspectiva da literatura histórica e de formação, manuais de leitura, de composição e pedagógicos. Para além do engajamento, como um autor/ator, analisa-se sua circulação em redes de relações e de sociabilidades que, de certo modo, demonstram a ideia de um entre-lugar (SANTIAGO, 2019), identificada em sua trajetória. Considera-se que a perspectiva de Bomfim se organiza a partir da inversão de valores do discurso latino-americano em relação ao europeu. Esta via de reflexão é marcada por um contradiscurso (FOUCAULT, 2007a) inaugurado na obra A América Latina: males de origem (1905), em que justifica ser o atraso brasileiro não uma questão de raça, mestiçagem e condição climática, mas de educação. Manoel Bomfim defendia que a “cura” para os “males” brasileiros seria produzida pela educação e valorização da nação. Os ecos de suas reflexões mobilizaram sua circulação em diferentes espaços intelectuais e políticos a partir dos quais pode observar as concepções educacionais, o caráter formativo do professorado e os estudos de psicologia experimental, higiene e moral da criança, em diálogo com as concepções escolanovistas (FREITAS, 2005). Por fim, o estudo permite sustentar a hipótese que Bomfim estabeleceu uma crítica à historiografia em relação à identidade nacional pela ideia da tradição brasileira, a importância da educação para formação da nação e progresso.