Flores na cozinha: sentidos e significados no consumo de flores comestíveis
Ano de defesa: | 2022 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro Biomédico::Instituto de Nutrição Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Alimentação, Nutrição e Saúde |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23255 |
Resumo: | O trabalho tem como objeto de estudo o consumo de flores comestíveis e seus sentidos e significados, entendendo que a utilização de determinado alimento não está relacionada apenas à sua ingestão, mas ao seu sentido social e, assim, se correlaciona em um sistema simbólico. Interessa-nos compreender qual a lógica simbólica de comestibilidade atribuída a um determinado produto, nesse caso, o consumo de flores, tomado como objeto de pesquisa. Perguntamo-nos a razão pela qual sujeitos sociais consomem flores comestíveis. Partimos do pressuposto que, ao consumirmos determinados alimentos, atribuímos valor a eles e definimos os modos pelos quais nos integramos à sociedade como cidadãos. Entendemos o consumo como um conjunto de processos socioculturais em que se realizam a apropriação e os usos dos produtos. Assim, acreditamos que o consumo de flores na alimentação se manifesta a partir de uma racionalidade estética e uma racionalidade sociopolítica. A partir das premissas aqui apresentadas, delineamos, como objetivo geral, compreender os sentidos e significados do consumo de flores comestíveis. Como objetivo específico, analisamos a lógica simbólica da escolha no comer. A coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas com consumidores de flores comestíveis como alimento culinário, bem como, com não consumidores desses produtos, além da análise em perfis do Instagram do uso das flores por quatro chefes de cozinha brasileiros, selecionados através de hashtags específicas. Por meio dos resultados foi possível notar uma busca pelo consumo dito “sustentável”, ao incentivar a busca por produtos “naturais”, “saudáveis” e “orgânicos”, em ligação direta com as flores comestíveis, além da associação destas ao caráter estético e sociopolítico. Questiona-se, no entanto, em que medida o belo estaria ligado ao quesito natural, posto existirem descartes quando as plantas não aparentam uma versão perfeita. Conclui-se que elas funcionam como elementos constitutivos daquilo que, além de belo, é natural, seguro, saudável, mas nem sempre são vistas como “comíveis”, tendo assim uma função muito mais estética, de diferenciação não somente do campo do saudável, mas, sobretudo, do campo social, constitutivo de uma subjetividade sofisticada e diferenciadora. |