Da horta à colheita do poder: Circe de Homero a Madeline Miller

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Azevedo, Gabriela Souza Farias de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras
Brasil
UERJ
Programa de Pós-Graduação em Letras
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/23500
Resumo: Esta dissertação desenvolve um estudo comparativo da personagem Circe, na Odisseia de Homero (séc. VIII-VII a.C.) e no romance contemporâneo Circe (2018) da autora estadunidense Madeline Miller. A versão contemporânea reconstrói a personagem homérica, atribuindo-lhe uma complexidade que vai além do arquétipo da deusa perversa, conhecida por transformar homens em animais. Em vez disso, Miller enaltece Circe como uma deusa-maga detentora dos phármaka (φάρμακα, drogas, remédios) e narradora/autora de sua própria história. A pesquisa amplia o processo descrito pela pesquisadora Stéphanie Madureira (2017), que mostra como o mito de Circe foi reinterpretado desde a Odisseia, tornando-se um ícone da subversão feminina. O presente estudo demonstra que a representação de Circe, na versão de Miller, mantém o uso tradicional de sua voz e de sua tékhne (τέχνη, habilidade manual, destreza), mas o que prevalece não é o artifício, senão a afirmação feminina. Essas nuances são capitalizadas por Miller, para reformular a personagem como uma mulher que narra sua própria história, tem o controle de seu corpo e se protege da figura masculina