“Mulheres viris” no naturalismo brasileiro: estudo de A carne (1888), de Júlio Ribeiro, e Livro de uma sogra (1895), de Aluísio Azevedo
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Tese |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Centro de Educação e Humanidades::Instituto de Letras Brasil UERJ Programa de Pós-Graduação em Letras |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://www.bdtd.uerj.br/handle/1/20042 |
Resumo: | Na presente tese, pretende-se analisar a atuação das “mulheres viris” na ficção naturalista brasileira, no primeiro momento de circulação da estética, nas décadas de 1880 e 1890. Neste período, as “mulheres viris” eram um tema recorrente na imprensa para se referir a mulheres intelectualizadas, que às vezes trajavam vestimentas masculinas e se mostravam pouco preocupadas com a toilette. Neste estudo, pretendemos ir além da sua aparência, englobando as mulheres na literatura naturalista tidas como “viris”, por assumirem papéis e funções normalmente atribuídos aos homens. Ao fazerem isso, as “mulheres viris” no naturalismo brasileiro promovem uma crítica às normas e aos códigos da sociedade patriarcal. Suas ações, pensamentos e atitudes, entendidas como antipatriarcais no primeiro momento de circulação, colocavam em crise a autoridade patriarcal, na qual a mulher figurava como submissa e inferior ao homem, educada para o casamento e para a maternidade. Exploramos essa hipótese em dois importantes romances naturalistas brasileiros, que foram best-sellers quando apareceram: A carne (1888), de Júlio Ribeiro (1845-1890), e Livro de uma sogra (1895), de Aluísio Azevedo (1857-1913), destacando a virilidade das suas protagonistas. Ao invés de descrever essas personagens como mulheres histéricas e ninfomaníacas, como retrata a historiografia tradicional, vemos as ações e pensamentos das protagonistas como indícios de autonomia para decidir sobre seu destino, sua vida amorosa e sexual, colocando em xeque a sociedade patriarcal, autoritária e opressora |