Filogeografia de Omophoita octoguttata Fabricius (1775) (Coleopter: Alticinae) na região do Brasil e diferenciação de espécies crípticas pertencentes ao gênero Alagoasa Bechyné (1955) (Coleoptera: Alticinae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Santos, Matheus Azambuja lattes
Orientador(a): Almeida, Mara Cristina lattes
Banca de defesa: Bruschi, Daniel Pacheco lattes, Schemberger, Michelle Orane lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Ponta Grossa
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Ciências Biológicas
Departamento: Departamento de Biologia Estrutural Molecular e Genética
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/2947
Resumo: Coleoptera é a ordem mais diversa entre os seres vivos, correspondendo a cerca de 40% dos insetos e 30% dos animais conhecidos. A subfamília Alticinae compreende 10.000 espécies, e seus indivíduos são conhecidos popularmente como besouros-pulgas. Além disso, este grupo ocorre em maior quantidade em áreas degradadas, de sucessão primária e de borda. A espécie Omophoita octoguttata, apresenta distribuição Neotropical, e é encontrada na mata Atlântica nas regiões Sul e Sudeste do Brasil; entretanto, sabe-se que esta vegetação sofre processos de desmatamento, e poucas áreas preservadas restaram, podendo assim interferir na dispersão das espécies. Do ponto de vista citogenético, a subtribo Oedionychina apresenta características interessantes para serem estudadas, como, cromossomos sexuais gigantes assinápticos, número diploide 2n=22 e sistema de determinação sexual do tipo X+y, na maioria das suas espécies, bem como muitas espécies com problemas de identificação e miméticas. Assim, o objetivo deste estudo foi determinar a existência de estruturação populacional de O. octoguttata na região Sul do Brasil, a fim de inferir sobre barreiras naturais à dispersão e a presença de uma descontinuidade filogeográfica latitudinal para Alticinae nesta região. Conjuntamente foram analisadas três espécies crípticas pertencentes ao gênero Alagoasa, possivelmente miméticas, para diferenciá-las por meio da citogenética e da genética molecular. Para análise populacional de O. octoguttata utilizou-se sequências amplificadas a partir dos genes mitocondrial citocromo oxidase I (COI) e do fator de elongação (EF1-alfa) em 90 indivíduos coletados em 6 diferentes localidades nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. A diversidade haplotípica e nucleotídica foi alta em todas as localidades analisadas. Para o gene EF1-alfa, foram observados muitos haplótipos diferentes, indicando que o gene não é um bom marcador populacional para a análise realizada neste trabalho para esta espécie. A presença de uma descontinuidade filogeográfica para Alticinae não foi observada na Mata Atlântica da região Sul do Brasil, uma vez que indivíduos pertencentes a localidade de Nonoai, situada mais ao Sul, ainda mantém fluxo gênico com as localidades mais ao norte, possivelmente utilizando das áreas de borda dos fragmentos de Mata Atlântica para manter uma rota de dispersão. Com relação a análise citogenética, as três espécies (Alagoasa pantina, Alagoasa sp.1 e Alagoasa sp.2) apresentaram número diploide 2n=22, fórmula meiótica 2n=10II+X+y, sistema de determinação sexual do tipo X+y, com cromossomos sexuais gigantes assinápticos, concordante com o observado na subtribo Oedionychina. A FISH utilizando sondas rDNA 18S e 5S, mostrou a ocorrência de sintenia e colocalização destes marcadores associados a um par de autossomos nas três espécies analisadas, condição considerada ancestral em Coleoptera. A FISH telomérica demonstrou a presença da repetição TTAGGn nas três espécies analisadas, além disso mostrou a ocorrência de marcações intersticiais em alguns cromossomos sexuais.