Organização genômica de sequências repetitivas em Pica-paus (aves piciformes)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Oliveira, Thays Duarte de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pampa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: http://dspace.unipampa.edu.br/jspui/handle/riu/1544
Resumo: A caracterização da quantidade e distribuição da fração de DNA repetitivo em genomas auxilia no entendimento de sua organização cromossômica. As Aves são conhecidas por apresentar uma baixa proporção de DNA repetitivo quando comparada a outras classes de Vertebrados. Entretanto, a ordem Piciformes se destaca por apresentar uma quantidade percentual superior dessas sequências comparado com as outras aves. Com isso, o objetivo deste estudo foi determinar a distribuição de diferentes tipos de sequências repetitivas no genoma de três espécies da família Picidae, Colaptes melanochloros (2n=84), Colaptes campestris (2n=84) e Melanerpes candidus (2n=64), por meio de hibridização in situ fluorescente (FISH) com sondas de rDNA 18S, teloméricas (TTAGGG)n e microssatélites. Os resultados mostraram, nessas três espécies, o cromossomo sexual Z como o maior do complemento, esse fato deve-se ao acúmulo de diferentes sequências de microssatélites. Entretanto o cromossomo W de C. Melanochloros, que é totalmente heterocromático, não apresentou acúmulo destas sequências. Os sítios ribossomais estão organizados em um par de cromossomos com uma constrição secundária e este teve o acúmulo da sequência (CGG)10 nas três espécies. As sondas teloméricas apresentaram marcações nas regiões terminais dos cromossomos e marcações intersticiais em alguns macrocromossomos. As marcações intersticiais indicam fusões entre cromossomos ou acúmulo de sequências repetitivas similares as teloméricas. Com as sondas de microssatélites identificou-se o mesmo padrão de hibridização nas espécies de Colaptes e padrão distinto entre Colaptes e M. candidus. As nossas análises de FISH mostraram várias sequências de microssatélites amplificadas no cromossomo Z nas três espécies analisadas, o que pode explicar o fato deste ser o maior elemento do cariótipo e desta família conter maior quantidade de sequências repetitivas comparadas com outros grupos de aves. Curiosamente, nenhuma das sequências foi encontrada acumulada no cromoss omo W, apesar de desempenharem um papel importante na diferenciação de cromossomos sexuais. Estes resultados evidenciam que, apesar da origem comum proposta para o sistema sexual ZW em aves, esses cromossomos seguiram diferentes trajetórias evolutivas em cada espécie, indicando uma alta plasticidade para a diferenciação cromossômica sexual neste grupo. Este trabalho é o primeiro passo para esclarecer o papel das sequências satélites e microssatélites na diferenciação de cromossomos sexuais.