Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Santos, Bruna dos
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Orientador(a): |
Floriani, Nicolas
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Banca de defesa: |
Nabozny, Almir
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Cidreira, Jefferson Henrique
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Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual de Ponta Grossa
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação Mestrado em Gestão do Território
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Departamento: |
Departamento de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://tede2.uepg.br/jspui/handle/prefix/3937
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Resumo: |
Esta dissertação tem como objetivo central compreender o processo de espacialização dos novos sujeitos da medicina popular, que emergem do cenário de contestação ao projeto de modernização e racionalização (colonização) da vida na região paranaense dos Campos Gerais. Para tanto, torna-se imprescindível entender o passado da medicina popular na região, isto é, como se configuravam as práticas tradicionais em diferentes gerações de mulheres camponesas e que reproduziam uma ruralidade que ainda se faz presente além das fronteiras ‘espaço rural’. A espacialidade da prática do partejar produzida por novos sujeitos sociais presume uma outra forma de compreender a vida e cuidá-la, assente em saberes tradicionais que se contrapõe ao modelo hegemônico da medicina moderna, isto é, de que existem outros entendimentos sobre a saúde e o cuidado do corpo materno. Por outro lado, foram verificadas novas práticas de cuidado da parturiente e do recém-nascido na doulagem. Destacaremos o fenômeno da emergência de novas categorias sociais (novos processos identitários) nucleadas em torno do processo de ressignificação da prática do parto contra hegemônico e seu consequente reconhecimento como expressão híbrida de uma ruralidade, manifesta em espaços urbanos alternativos. Nesse sentido, atuantes predominantemente no espaço urbano, seja em casas ou em hospitais, são convertidas em sujeitas que possuem uma prática pautada no diálogo de saberes rurais e urbanos. Metodologicamente, lança-se mão de um levantamento exploratório que aponte a existência desse grupo e de suas práticas, ampliando o recorte espacial para outras regiões vizinhas. Nesse sentido, a aplicação dois questionários via google forms: o primeiro, aplicado em 2021, que buscava evidenciar informações sobre o uso de plantas medicinais no pós-parto de mulheres que tiveram filhos nos últimos 15 anos nos Campos Gerais; e o segundo formulário aplicado à doulas, no ano de 2022, com o intuito de descobrir se há influências de saberes tradicionais, em especial o de parteiras tradicionais, em suas práticas, além de perceber o seu reconhecimento ou não enquanto sujeitas híbridas, seja em relação aos saberes manifestados, mas também em relação ao seu consumo ou organização espacial em ambientes por meio de partos domiciliares e hospitalares. A partir dos resultados analisados identificamos que as práticas tradicionais de cuidado feminino permanecem nos Campos Gerais, todavia com uma outra conotação influenciada por valores da conhecida modernidade. Sendo assim, práticas são repassadas e convertidas, em um misto de saber-fazer patrimonial e cientificidade, para que costumes antigos permaneçam nos dias atuais, ainda que denominados de outras formas. Reiteramos a importância da geografia se atentar a saberes subalternizados, seja pelas questões de gênero, tendo em vista que majoritariamente ao nos referirmos as parteiras estamos falando de mulheres, seja pela sua influência espacial, notadamente de ambientes rurais, ambos marcadores (de gênero e espacial) estigmatizados em uma visão dicotômica e moderna. |