Da queda à ascenção, uma paródia cômica do mito da criação: o imaginário medieval representado no conto do mercador de Geoffrey Chaucer

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Cunha, Thiago Rodrigo de Almeida
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP
Brasil
UEPB
Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3386
Resumo: O imaginário popular medieval é composto por símbolos que remetem a três estruturas principais: o castelo, a catedral e o claustro. Neste trabalho, apresentamos uma discussão de cunho hermenêutico e analítico de elementos que constituíam o imaginário popular da Baixa Idade Média (personagens, mitos e o gênero fabliau) presentes no conto do mercador, complementada por aspectos do prólogo geral da obra Contos da Cantuária, do escritor inglês Geoffrey Chaucer, na tentativa de demonstrar de que maneira estes, em especial o riso – pela sua importância catártica e de pureza ante o confronto entre prazeres mundanos e espirituais - interagiam entre si e fomentavam o imaginário medievo durante o período em que a obra foi escrita. Em oposição, destacamos o sofrimento e angústia do homem medieval diante do rigoroso controle que a Igreja Católica e o Estado desempenhavam nas suas vidas. Para oferecer embasamento teórico à nossa pesquisa, recorremos, principalmente, às teorias sobre o riso e sobre a cultura popular da Idade Média e do Renascimento, de Mikhail Bakhtin (2013); aos estudos sobre as estruturas antropológicas do imaginário, de Gilbert Durand (1997), para uma aprofundada compreensão das imagens simbólicas presentes na obra, bem como a sua proposta metodológica de identificação e análise do mito director, no qual a narrativa é construída (DURAND, 1982); aos estudos sobre o contexto medieval (BASCHET, 2006; LE GOFF, 2011; 2014b) e à teoria acerca do imaginário medieval (LE GOFF, 2011) e da filosofia (STORCK, 2003). Como resultado, conferimos ao riso o valor de elemento central do imaginário medieval, uma vez que personagens, narrativas e gêneros foram criados em torno dele, como representação da libertação catártica do sentimento do povo em oposição ao controle e poder exercido pela Igreja Católica e o Estado. Para a literatura, a obra influenciou a produção literária, principalmente, de caráter oral, transmitidos através da literatura de cordel e inspirou a criação de personagens como os cangaceiros e os caubóis.