Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2021 |
Autor(a) principal: |
Botelho, José Francisco Hillal Tavares de Junqueira |
Orientador(a): |
Rosenfield, Kathrin Holzermayr Lerrer |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
eng |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Palavras-chave em Inglês: |
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Link de acesso: |
http://hdl.handle.net/10183/225395
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Resumo: |
O comentário de uma tradução, feito pelo próprio tradutor, pode ser um instrumento eficiente para outros tradutores e também para teóricos da tradução em busca de exemplos e casos que ilustrem o funcionamento prático de suas teorias. Minha tradução de The Canterbury Tales, de Geoffrey Chaucer, foi publicada em 2013 no Brasil por Penguin Companhia. Esse estudo é uma análise de trechos selecionados de minha tradução, explicando minhas estratégias, soluções e escolhas, à luz de diversas teorias tradutórias. Desenvolvo aqui também minha própria proposta teórica, descrevendo um tipo de tradução que se entende como busca por verossimilhança tradutória e equilíbrio entre estranheza e familiaridade, efetuado por meio da construção de um mundo linguístico. Esses conceitos são desenvolvidos tendo em vista as discussões sobre tradução “literal” e “libertina”, abundantes na história da tradução. Inicialmente associo a tradução dita literal ao impulso de tornar o texto estranho; e a tradução dita libertina ao impulso de tornar o texto familiar. Em seguida, trato de demonstrar como os elementos de estranheza e familiaridade estão presentes de forma global no próprio ato de traduzir, e como esse ato pode ser encarado como uma forma de negociação entre impulsos aparentemente opostos. Interpreto os problemas da tradução à luz do conceito de hospitalidade linguística, de Paul Ricoeur. Assim, os impulsos de “levar o leitor até o autor” e “trazer o autor até o leitor”, descritos por Schleiermacher, são encarados como ângulos no jogo de alteridade e identidade que se pressupõe em todo o ato tradutório. Explico de que forma busquei um equilíbrio entre estranheza e familiaridade em minha tradução de The Canterbury Tales, utilizando tanto escolhas linguísticas extraídas de fontes europeias medievais e renascentistas quanto fontes populares sul-americanas e brasileiras, dentre essas, em particular, a literatura regionalista do Rio Grande do Sul. Demonstro de que maneira elementos especificamente brasileiros, ou, em alguns casos, elementos relacionados a uma região específica do Brasil, uma vez situados no jogo de significações no contexto de uma tradução de poema medieval, ativam a relação entre estranheza e familiaridade e podem ser utilizados para construir uma realidade linguística particular, dotada de sua própria forma de verossimilhança. Examino de que forma essas relações se estabelecem em uma série de trechos selecionados de minha tradução e, em seguida, utilizo essas reflexões para desenvolver minha própria metáfora funcional do ato tradutório, como representação do status artístico do tradutor. |