A marcha pela vida das mulheres e pela agroecologia: um diálogo interseccional com as mulheres negras
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Sociais e Aplicadas - CCSA Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Serviço Social - PPGSS |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/5015 |
Resumo: | Esta dissertação possui como temática central a interseccionalidade na Marcha pela vida das mulheres e pela Agroecologia na perspectiva das mulheres negras que compõem o movimento de mulheres do Polo da Borborema. Ademais, teve como foco central a compreensão do lugar social e de luta e resistência das mulheres negras na Marcha a partir das histórias de vida e de luta dessas mulheres, e a experiência delas dentro do movimento coletivo de trabalhadoras rurais do Polo da Borborema. Deste modo, o objetivo geral do presente estudo é compreender, com base nas narrativas das mulheres negras participantes da Marcha, como o movimento aborda a interseccionalidade e estabelece a articulação entre o gênero, raça/etnia e classe nas suas discussões. Neste sentido, inserimos a discussão no campo do feminismo negro, particularmente nos estudos de gênero e relações de poder, Direitos Sociais e Humanos e Serviço Social enquanto análise das expressões da questão social que afetam essas mulheres a partir do entrecruzamento dos marcadores de opressão de classe, gênero e raça, também sendo explorado no percurso metodológico, o feminismo popular camponês. O texto foi referenciado a partir das obras de teóricas feministas negras, a exemplo de Bell Hooks (1984; 2015; 2019), Lélia Gonzales (1984), Sueli Carneiro (2003), Carla Akotirene (2019), Kimberlé Crenshaw (2002) e Patrícia Hill Collins (2017). A pesquisa qualitativa desenvolveu-se a partir do estudo de caso e da metodologia da história oral de vida e teve como instrumentos, além das fontes documentais, a exemplo das fotografias, os depoimentos colhidos nas entrevistas semiestruturadas realizadas com as mulheres negras que participam da Marcha pela vida das mulheres e pela Agroecologia. Quanto aos dados coletados nas entrevistas, procedeu-se uma análise de conteúdo, conforme disposto na obra de Laurence Bardin. As colaboradoras da pesquisa são mulheres negras e trabalhadoras camponesas que participam da Marcha, escolhidas em articulação com o movimento de mulheres do Polo da Borborema, em reunião destinada a esse fim. As mulheres possuem entre 19 anos a 57 anos de idade e são residentes nos municípios de Esperança, Montadas, Queimadas e Remígio. Observou-se, a partir das narrativas das interlocutoras da pesquisa, que a Marcha pela vida das mulheres e pela Agroecologia se insere numa perspectiva interseccional, pois compreende as particularidades das opressões sofridas pelas mulheres negras a partir do entrecruzamento das relações de gênero, classe e raça e que historicamente posicionam essas mulheres em posições subalternas em relação aos homens negros e às mulheres brancas. A conclusão obtida foi atingida com base nas narrativas das interlocutoras e nos materiais lúdicos analisados, a exemplo das canções entoadas no movimento que consagram a resistência das mulheres pretas. |