O método e o poder em Michel Foucault e suas implicações nas Relações Internacionais

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Alencar Neto, Manoel César de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual da Paraíba
Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas - CCBSA
Brasil
UEPB
Programa de Pós-graduação em Relações Internacionais - PPGRI
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/3733
Resumo: As teorias mainstream de relações internacionais fundamentadas em uma epistemologia positivista, formulam conceitos políticos objetivando sua neutralidade em um historicismo imutável e quantificável. Esta dissertação busca utilizar o pensamento de Michel Foucault para contestar essas teorias hegemônicas e compreender as articulações com as quais os vários poderes – ou sua microfísica –, perpassando todas as relações sociais, se articulam e produzem uma simbiose instrumentalizadora entre saber e poder. Para isso, Foucault questiona conceitos como poder, soberania, liberdade e outros genuinamente modernos para compreender a microfísica de poderes. Ao passo, invoca conceitos como vigilância, disciplina e punição, que se apresentam na sociedade, dedicando-se a uma original metodologia e epistemologia, investigando a construção de um conceito de poder a partir das pesquisas genealógicas. A partir da desestabilização das teorias tradicionais das Relações Internacionais identificada no pensamento foucaultiano, destaca-se casos contemporâneos que podem ser apreendidos a partir desse arcabouço teórico e metodológico, sendo útil as contribuições ao conceito de biopolítica desenvolvidas por Giorgio Agamben, que se utiliza do conceito de homo sacer, admitindo a matabilidade e insacrificabilidade de seres humanos desnudados de suas qualidades políticas, e utilizando-se, ainda, da perspectiva construída por Carl Schmitt sobre a soberania e o estado de exceção, que passa a ser encarado como paradigma de governo. Dessa forma, conceitos como guerra, inimigos, vigilância e eliminação passam do simplismo binário das teorias tradicionais a mais sutis, sofisticadas e eficientes formas de presença de poder no cotidiano, tal como observado em casos como a Prisão da Baía de Guantánamo, a Guerra Contra o Terror, e os casos denunciado pela WikiLeaks.