Mulheres inventadas: uma leitura do machismo estrutural no romance de Charles Bukowski
Ano de defesa: | 2023 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual da Paraíba
Pró-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa - PRPGP Brasil UEPB Programa de Pós-Graduação em Literatura e Interculturalidade - PPGLI |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | http://tede.bc.uepb.edu.br/jspui/handle/tede/4619 |
Resumo: | O objetivo desta dissertação foi analisar a relação homem e mulher, sujeitos de desejo, no romance Mulheres (2019), do norte-americano Charles Bukowski. Partiu-se da ideia de que o enredo estrutura uma discussão de gênero, a partir de práticas sexuais e de afeto, que falaciosamente tornam homens e mulheres equânimes na relação, apesar de na leitura profunda da narrativa ter-se percebido o contrário. Este contrário foi onde exatamente recaiu o problema da pesquisa: a linguagem chula e a performance sexual do protagonista masculino, Henry Chinaski, endereçadas às diversas mulheres com quem se relaciona na narrativa, exibe um rebaixamento feminino, quando ambas as partes entram num jogo em que a palavra que funda o desejo no momento aparentemente satisfaz o casal, mas o verbo é de domínio apenas do homem. A questão de gênero é desarticulada do desejo do protagonista e analisada à luz da performance machista dele, distribuídas em capítulos distintos. No primeiro capítulo analítico, apresenta-se uma análise em que há uma predominância de práticas machistas, todavia sob a anuência das mulheres que são “inventadas” por ele. Então, a primeira tese é a de que o machismo estrutural aparentemente parece beneficiar as mulheres na questão do corpo e do desejo, mas o resultado é um rebaixamento delas. No segundo capítulo, analisamos como a linguagem usada pelo protagonista é focada em um neo-naturalismo que torna a narrativa mais próxima dos leitores por acender, nestes, fagulhas de verossimilhança, desejos. Toda a linguagem usada desfavorece as mulheres e enaltece uma visão extremista do machismo pesado, agressivo. O capítulo teórico é construído a partir de discussões em torno das masculinidades (NOLASCO, 1995; CONNEL, 2015; COURTINE, 2013), da construção de si pelas mulheres e do gozo sexual (TOURAINE, 2010; MUCHEMBLED, 2007), e da linguagem pornográfica ou obscena (MAINGUENEAU, 2010; ORSI & ZAVAGLIA, 2010; 2012; PRECIADO, 2017). |