Uma análise crítica discursiva dos projetos de lei estaduais e distrital sobre linguagem neutra no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Coelho, Marcus Vinícius Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual de Goiás
UEG ::Coordenação de Mestrado em Língua, Literatura e Interculturalidade
Brasil
UEG
Programa de Pós-Graduação Strito sensu em Língua, Literatura e Interculturalidade (POSLLI)
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
ACD
Link de acesso: http://www.bdtd.ueg.br/handle/tede/1548
Resumo: Esta pesquisa busca analisar criticamente os discursos que fundamentam os Projetos de Lei a nível estadual e distrital no Brasil em referência à linguagem neutra. Por acreditarmos que esses discursos refletem ideologias de uma sociedade historicamente colonizada, torna-se importante problematizá-los, usando a transdisciplinaridade da Linguística Aplicada com noções provenientes da análise crítica do discurso, uma vez que tais documentos legislativos envolvendo a linguagem neutra vão além de questões puramente linguísticas, produzindo efeitos de sentidos e performances sociais. Sendo assim, uma abordagem discursiva crítica a partir desses textos torna-se essencial para abordar questões relativas à exclusão, inclusão, ações afirmativas, entre outras, além de considerar as evidências culturais e ideológicas como contraponto à argumentação que se quer fazer sobre a prática da linguagem neutra em diferentes estados do Brasil a partir de determinadas proposituras. Para embasar essas considerações em correlação com as diferentes perspectivas presentes nos Projetos de Lei, nos recorremos ao aporte teórico de Fairclough (1989, 1992, 1995, 2000, 2001, 2003, 2006, 2016), Van Dijk (1995, 1999, 2005, 2015), Butler (1993, 1997, 2003, 2008), Habermas (1997, 2001, 2003), Lau (2016, 2017), Souza (2011), Barbosa Filho; Othero (2022) e Foucault (2008, 2009, 2011), tendo por ideia central o fato de que a linguagem é profundamente sóciopolítica. Metodologicamente, buscamos de modo quantitativo e, principalmente, qualitativo questionar os discursos extraídos da materialidade textual de 54 Projetos de Lei estaduais e distrital que fazem referência ao tema da linguagem neutra. De diferentes autorias e de filiação partidária, esses textos conservam a noção da binaridade de gênero para legislar em desfavor da linguagem não binária. Entre discursos proibitivos, religiosos e conservadores, é possível observar uma vontade de verdade sobre a manutenção da norma culta em espaços escolares e sociais, com vistas à preservação da língua pátria e dos seus usuários geralmente endereçada ao perigo da ideologia de gênero, entre outras discursividades que pesam na argumentação dessas propostas.