A superstição e suas armadilhas no âmbito teológico-político em Benedictus de Spinoza

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Felix, Arlene Barbosa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=94425
Resumo: A partir da leitura e análise das obras do filósofo holandês Benedictus de Spinoza (1632-1677), Tratado Teológico-Político (TTP), Tratado Político (TP) e Ética, iremos desenvolver o conceito de superstição, explicando suas armadilhas no âmbito político, apontando os mecanismos que o soberano utiliza para a manutenção do poder através do controle e da manipulação do seu povo. Em No TTP Spinoza descreve a Holanda do século XVII como o cenário de disputas políticas e econômicas, disfarçadas como conflitos religiosos. E é justamente este estado de ânimo acirrado que leva Spinoza a escrever o TTP. Nesse contexto, o filósofo detecta o perigo na qual o indivíduo facilmente é afetado pelo medo – ou a tristeza instável, surgida da ideia de uma coisa futura ou passada, de cuja realização se tem alguma dúvida –; e pela esperança – ou a alegria instável, surgida da ideia de uma coisa futura ou passada, de cuja realização tem alguma dúvida. Medo e esperança são dois afetos fundamentais na manipulação das massas politicamente, pois ocasiona a superstição, nascida do medo de males incertos e da esperança de bens também incertos. Pelo fato de nós sermos seres incapazes de conhecer nossa própria potência, a razão se submete aos devaneios da imaginação e, assim, o desconhecimento das verdadeiras causas, Spinoza afirma que esses dois afetos são naturais do ser humano e é impossível não ser tomado por eles, por isso a facilidade com que o soberano joga com essas duas armas. A importância desse trabalho se encontra em refletir o quão necessário é o esclarecimento sobre as causas verdadeiras, isto é o conhecimento de Deus, o Deus sive Natura, para que não sejamos levados pela superstição e os afetos que a origina e a alimenta, pois, um Estado fundado no fundamentalismo religioso e na crença de um Deus antropomórfico, está sujeito à ignorância e, por conseguinte ao padecimento da potência intelectual dos homens, tornando-os mais distante do conhecimento das causas, isto é, de Deus ou da substância absolutamente infinita. Palavras-chave: Superstição. Medo. Esperança. Spinoza.