Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
Lopes, Auristela Rafael |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=113382
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Resumo: |
Este trabalho versa sobre o riso e o risível como elementos constitutivos da cultura manifestos nas crônicas de Lima Barreto, responsáveis por produzir discursos de resistência negra a partir do riso subversivo. O corpus consiste em 09 (nove) crônicas selecionadas de revistas ilustradas de humor. A análise dessas crônicas traz a lume os embates discursivos que tangenciam o processo de inserção da população negra e livre na Primeira República, tendo por foco os discursos da Negritude. Tem por objetivo geral interpretar os atos de fala e de corpo que performatizam os/as embates/polêmicas discursivos/as entre eugenia e etnicidade sob a perspectiva da carnavalização literária mandingueira. Os objetivos específicos são: analisar os efeitos de sentido presentes nas crônicas de Lima Barreto que abordam os embates entre eugenia e etnicidade; identificar como as crônicas manifestam o humor carnavalizado mandingueiro em contraposição ao humor civilizador nas revistas ilustradas de humor; investigar como os elementos do espírito solidário e coletivo da alacridade negra manifestam-se nas crônicas de Lima Barreto; compreender a agência-estética de Lima Barreto na constituição dos discursos da Negritude. As categorias de análise do corpus em questão pautam-se no ritual da bufonaria do entronamento dos bufões dos tipos populares que se espraiam nas crônicas limabarretianas, evidenciando elementos discursivos associados ao bufão, aos trapaceiros, à voz dos populares das ruas da Belle Époque carioca. Como chave interpretativa das crônicas de Lima Barreto nas revistas ilustradas de humor, evidencia-se sua relação com a arkhé de tradição africana que emana modos de ser e de existir divergentes da proposta monologizante de identidade nacional pautada no ocidentalismo. O caminho teórico dessa empreitada tem viés transdisciplinar fundamentado em estudos do Círculo de Bakhtin, na teoria dos atos de fala e de corpo da Pragmática e nos estudos filosóficos, históricos e sociológicos do pensamento decolonial e afrodiaspórico no Brasil. Os resultados dessa abordagem analítica evidenciam alguns pontos: a escrita limabarretiana como performance de raça realiza o giro decolonial, o riso como constituinte de uma narrativa crítica que discute os modos de subjetividades no contexto complexo da modernidade/colonialidade e a constituição no âmbito das Letras brasileiras de uma escrita dissidente responsável por contribuir para a tradição de um pensamento negro-brasileiro. |