Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Gomes, Jose Edmilson Silva |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Estadual do Ceará
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=107059
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Resumo: |
Introdução: A pandemia COVID-19 apresenta grave impacto na saúde pública no Brasil. Os profissionais de saúde estão na linha de frente no Sistema Único de Saúde e se encontram expostos a impactos psicossociais significativos, que podem determinar adoecimentos, sobretudo entre aqueles que atuam na Atenção Primária à Saúde, cuja configuração também se encontra afetada pelo momento sociopolítico-econômico brasileiro. Objetivo: compreender as repercussões psicossociais da pandemia da COVID-19 em trabalhadores da Atenção Primária à Saúde. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo exploratória, utilizando-se do método de análise do discurso como técnica para a produção e síntese dos dados. A coleta de dados ocorreu entre dezembro de 2021 e março de 2022, a partir de entrevistas por meio de questionário estruturado pelo Google Forms e estratégia de grupo focal com trabalhadores da Atenção Primária à Saúde da cidade de Fortaleza, capital do Ceará, inseridos no contexto psicossocial da pandemia da COVID-19. Esta pesquisa seguiu os preceitos éticos dos Critérios Consolidados para Relatos de Pesquisa Qualitativa para todas as etapas desse estudo e aprovado através do parecer consubstanciado do Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Estadual do Ceará, número 5.136.506. Resultados e Discussão: A pesquisa evidenciou riscos psicossociais durante a pandemia que resultou em adoecimentos dos trabalhadores com COVID-19, cerca de 85,7% da população em estudo lotados na Atenção Primária à Saúde. Os fatores associados, em sua maioria, relacionaram-se ao fato de mudanças no campo da gestão, recursos humanos, violência nos territórios de prática, formações técnicas específicas da pandemia na perspectiva da educação permanente em saúde, entre outras condições estruturais e ausência de insumos, tais como equipamentos de proteção individual e coletiva nos picos pandêmicos. Por conseguinte, pode-se obter através da análise do discurso dos trabalhadores que, apesar de todo risco psicossocial, foi possível considerar a vinculação na interface assistência e trabalho comunitário no contexto de crise. Desse modo, sobressai a ideia de alienação, no sentido dialético marxista, em relação aos profissionais de saúde frente aos processos de trabalho e suas mudanças no contexto socio-histórico atual das políticas de saúde na Atenção Primária à Saúde. Foi analisado ainda uma ausência de espaços de escuta, acolhimento e controle social para os trabalhadores no âmbito ocupacional da Atenção Primária à Saúde. Considerações Finais: Foi provável a partir dos estudos de análise do discurso que o método utilizado demostrou eficácia nesta pesquisa, como técnica de produção de dados os grupos focais que exigiu uma complexidade da linguagem verbal e não-verbal e suas representações simbólicas de sentido e significantes a partir da fala do coletivo de trabalhadores. Desse modo, este estudo foi capaz de concluir que os trabalhadores da Atenção Primária à Saúde estão em riscos psicossociais constantes que foram exacerbados na pandemia COVID-19 e isso atravessa dimensões político-hierárquicas, estruturais, econômicas, ideológicas e psicoafetivas. |