POLISSACARÍDEOS DA CASCA DE Geoffroea spinosa: CARACTERIZAÇÃO ESTRUTURAL E ATIVIDADES ANTICOAGULANTE E ANTITROMBÓTICA

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SILVA, RACQUEL OLIVEIRA DA
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=83955
Resumo: <div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">RESUMO</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">A heparina, um glicosaminoglicano altamente sulfatado, é composto de unidades alternadas de a-Dglucosamina</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">e ácido urônico, e utilizada como principal agente anticoagulante e antitrombótico.</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Alguns problemas estão associados ao seu uso, dentre eles destacam-se: a trombocitopenia, riscos de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sangramentos e risco de contaminação viral. Diferente dos polissacarídeos sulfatados de algas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">marinhas, a ação de polissacarídeos de vegetais na coagulação e trombose tem sido pouco explorada,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">provavelmente por estes não serem moléculas sulfatadas. Entretanto, o efeito anticoagulante destas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">moléculas é atribuído à presença de resíduos de ácido urônico na estrutura do polímero. Na busca de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">alternativas à heparina, este trabalho teve como objetivo fracionar e caracterizar estruturalmente os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">polissacarídeos da casca de Geoffroea spinosa e avaliar os seus efeitos anticoagulante e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">antitrombótico. As cascas foram coletadas no município de Quixadá (Custódio/CE), lavadas, secas e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">maceradas. O pó (5 g) foi suspenso em metanol (1:50, p/v), homogeneizado (2 h, 70 °C) e filtrado -</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">repetido 2x. O resíduo foi suspenso em NaOH 0,1 M (1:50, p/v), homogeneizado (2 h, 97 °C) e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">centrifugado (1445 x g, 15 min., TA) - repetido 3x. Os Sobrenadantes (S2 e S3) foram reunidos,</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">neutralizados, precipitados com 4 volumes de etanol (4 °C, 24 h) e centrifugado. O precipitado foi</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">dialisado, centrifugado e o sobrenadante liofilizado (polissacarídeos totais-PLT). Os PLT foram</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">dissolvidos em água destilada (2:1, p/v) e aplicados em cromatografia de troca iônica (DEAEcelulose)</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">equilibrada com água. A coluna foi lavada com água e as frações acídicas eluídas com NaCl</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(0,1; 0,25; 0,5; 0,75; 1,0 M) e monitoradas por dosagens de carboidratos totais e ácido urônico. Os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">PLT e as frações polissacarídicas foram analisados quanto aos teores de carboidratos totais, ácido</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">urônico, sulfato e proteínas; por eletroforese (gel de agarose e poliacrilamida) e quanto a sua</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">composição monossacarídica por cromatografia gasosa acoplada a espectro de massa (GC-MS). Os</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">polissacarídeos foram avaliados quanto a atividade anticoagulante, pelos testes do tempo de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">tromboplastina parcialmente ativada (TTPA) e tempo de protrombina (TP), e a agregação plaquetária</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">induzida por adenosina difosfato (ADP, 3 &#956;M). In vivo os polissacarídeos foram avaliados quanto aos</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">seus efeitos antitrombótico (trombose venosa) e hemorrágico (tempo de sangramento). Os PLT (5%) e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">frações polissacarídicas - FII e FIII (0,5-1,4%) apresentaram bons rendimentos, altos teores de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">carboidratos totais (38-49%), ácido urônico (6-14%) e baixa contaminação protéica (2,8-9%). Nas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">frações FII e FIII foram observadas a presença de sulfato, sendo que FII apresentou maior teor</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(18,5%), confirmado através da eletroforese em gel de agarose. O elevado teor de ácido urônico nas</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">frações FII e FIII foi também confirmado por eletroforese em gel de agarose corada com Stainss-All</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(um corante específico para ácido urônico). Análises da composição monossacarídica das frações FII e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">FIII por GC-MS revelaram arabinose, ramnose e galactose como principais componentes. Os PLT não</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">apresentaram atividade anticoagulante pelo teste do TP, mas prolongaram o tempo de coagulação no</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">teste do TTPA em 4,4x (0,1 mg/ml - 144,2 ± 2,1 s) em relação ao plasma controle (32,6 ± 3,4 s).</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Dentre as frações, FIII foi a única a apresentar atividade anticoagulante, aumentando em até 3,7x</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">(0,066 mg/ml - 121 ± 9,5 s) o tempo de coagulação em relação ao plasma controle. Os PLT, FII e FIII</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">inibiram, respectivamente, em 46% (54,5 ± 0,98), 54% (46 ± 1,7) e 21% (79,2 ± 1,1) a agregação</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">plaquetária na dose de 100 &#956;g/&#956;l. No modelo de trombose venosa in vivo, os PLT e frações</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">polissacarídicas inibiram em até 60% (PLT: 1,8 ± 0,1 mg; FII: 2,3 ± 0,1 mg; FIII: 2,3 ± 0,4 mg versus</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Salina: 4,7 ± 0,08 mg) a formação de trombo na melhor dose antitrombótica (2,0 mg/kg). Nesta</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">mesma dose FII e FIII não apresentaram tendência em causar hemorragia. Os polissacarídeos da casca</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">de G. spinosa apresentam nas suas estruturas os monossacarídeos arabinose, ramnose e galactose e</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">conteúdos de ácido urônico e sulfato. Estes apresentaram atividade anticoagulante, com atuação na via</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">intrínseca da coagulação, antiagregante plaquetário e antitrombótica, sem prolongar o tempo de</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">sangramento (FII e FIII).</span></font></div><div style=""><font face="Arial, Verdana"><span style="font-size: 13.3333px;">Palavras-chave: Geoffroea spinosa, Polissacarídeos, Coagulação, Trombose</span></font></div>