Ambiente alimentar local e consumo de ultraprocessados: dados do Nutritionist' Health Study

• Ano de defesa: 2022
• Autor(a) principal: Barbosa, Brena Barreto
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Universidade Estadual do Ceará
• Link de acesso: https://siduece.uece.br/siduece/trabalhoAcademicoPublico.jsf?id=106377

O objetivo desta dissertação é analisar se o ambiente alimentar local exerce influência sobre o consumo alimentar de nutricionistas e estudantes de graduação em Nutrição. Foram realizados um estudo de delineamento ecológico e um estudo de delineamento transversal utilizando dados da coorte Nutritionist’ Health Study – NutriHS (Estudo de Saúde de Nutricionistas) realizada entre 2018 e 2019 na cidade de Fortaleza, Ceará, Brasil. Foram utilizados dados da Vigilância Sanitária com a localização de todos os comércios de alimentos licenciados para funcionamento no município nos anos de 2018 e 2019. A exposição ao ambiente alimentar foi definida como proximidade e disponibilidade de estabelecimentos de venda de alimentos em um buffer de 500m da residência dos participantes. O consumo alimentar foi avaliado por meio de um Questionário de Frequência Alimentar e analisado de acordo com a classificação NOVA, sendo calculadas as porcentagens da contribuição de cada grupo para a ingestão energética diária. Análises de correlação foram realizadas para verificar associação entre os estabelecimentos de alimentos e dados socioeconômicos. Modelos de regressão logística multinível com efeitos fixos foram usados para estimar coeficiente de regressão e a presença de estabelecimentos de alimentação dentro do buffer. Identificamos maior concentração de comércios de alimentos nos bairros com melhores níveis socioeconômicos. A presença de minimercados no buffer esteve associada ao menor consumo de ultraprocessados entre os participantes do 4º quartil de distribuição da quantidade de estabelecimentos no buffer quando ajustado por condições socioeconômicos e de estilo de vida (β = - 3,29; IC95% = -6,39 a -0,19), em relação ao 1º quartil. A presença de padarias e cafeterias esteve relacionada ao menor consumo de ultraprocessados entre os participantes do 3º quartil quando ajustada por condições socioeconômicas (β = -3,10; IC95% = -6,18 a -0,02), em relação ao 1º quartil de distribuição da quantidade de estabelecimentos. A pouca diversidade e a limitada quantidade de estabelecimentos nos bairros periféricos da cidade, além da centralização da oferta de comércios que vendem alimentos prejudiciais à saúde constituem obstáculos para a população fazer escolhas alimentares saudáveis. A presença de minimercados e padarias próximos à residência dos participantes esteve associada negativamente ao consumo de alimentos ultraprocessados.